domingo, 30 de janeiro de 2022

ACOMPANHAR MARIA NO NOVGO TESTAMENTO

   

   
 
 

Para entrar em cada reunião Zoom:

https://zoom.us/j/6429275371?pwd=aW01STBSMjNLaXNmN21HRW1zNXNudz09

ID da reunião: 642 927 5371
Senha de acesso: 1234

 

 

14 DE OUTUBRO – Partilha de Expectativas. Apresentação do Programa. Introdução ao Estudo do Novo Testamento.

 

21 DE OUTUBRO O Mundo Judaico no Tempo de Jesus e de Maria.

 

28 DE OUTUBRO A Vida na Igreja nascente: a expansão do Cristianismo pelo mundo; o Concílio de Jerusalém; a hostilidade do mundo em geral (comunidade judaica e sociedade romana; a defesa da verdade).

 

4 DE NOVEMBRO Os Escritos Paulinos (os escritos neotestamentários mais antigos). “Nascido de uma mulher” (Primeiros Passos sobre Maria).

 

11 DE NOVEMBRO Os Evangelhos. A Questão Sinótica. O Evangelho segundo São Marcos (o autor, o destinatário, o texto).

 

25 DE NOVEMBRO O Evangelho segundo São Marcos (o primeiro Evangelho redigido e as suas afirmações acerca de Maria).

 

2 DE DEZEMBRO O Evangelho segundo São Mateus (a autoria, o destinatário, o texto); 

 

9 DE DEZEMBRO – O Evangelho segundo São Mateus (Maria e a novidade de um Evangelho de Infância; edificação do Reino por palavras e obras; a Paixão e os relatos pascais; envio dos discípulos);

 

16 DE DEZEMBRO – A Obra Lucana (a autoria, o destinatário, o texto; o Evangelho de Infância e o papel proeminente de Maria);

 

27 DE JANEIROO Apocalipse - a resposta a um contexto histórico; a simbologia; as Cartas às Sete Igrejas; as Visões Proféticas (Maria e a mulher do Apocalipse; o Epílogo). 

 

 

 

3 DE FEVEREIRO – Alguns aspetos históricos e dogmáticos sobre a presença de Maria na Igreja. Balanço final.


 

Papa: diante dos nossos fechamentos, Deus não coloca freios no seu amor

 
  Jovens da Ação Católica Italiana soltaram balões na Praça São Pedro, como sinal de esperança  (Vatican Media)  

 
Os longos anos de caminhada podem levar-nos a pensar que conhecemos bem o Senhor, e assim fecharm-nos às suas novidades e surpresas, fixos nas nossas posições. Para evitar isto, devemos ter a mente aberta e o coração simples e humilde: "O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor surpreende-nis sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".
 

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

“Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade, nos mostre o caminho para acolher Jesus.” E para acolher as suas novidades, devemos purificar-nos no "rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis de humildade."

A reflexão do Papa Francisco no Angelus deste IV Domingo do Tempo Comum versa sobre o acolhimento a Deus e aos seus desígnios, e parte do Evangelho de Lucas proposto pela Liturgia do dia, que “narra a primeira pregação de Jesus na sua cidade, Nazaré”, e "o êxito foi amargo", encontra "incompreensão e  também hostilidade".

De facto, "os seus conterrâneos, mais do que uma palavra de verdade – começa Francisco por explicar aos fiéis reunidos na Praça de S. Pedro - queriam milagres, sinais prodigiosos”. Mas “o Senhor não realiza nenhum e eles rejeitam-no, dizendo que já o conhecem desde criança, que é o filho de José, e assim por diante”, o que leva Jesus a pronunciar a célebre frase: "Nenhum profeta é bem recebido na sua terra".

Deus não coloca freios no seu amor

Mas se Jesus, conhecendo o coração dos conhecidos e sabendo do risco de ser rejeitado que corria, por ter ido pregar na sua cidade assim mesmo? - pergunta o Papa -, ”porque fazer o bem a pessoas que não estão dispostas a te acolher?”:

Esta é uma pergunta que também muitas vezes nos fazemos. Mas é uma pergunta que nos ajuda a compreender melhor Deus: Ele, diante dos nossos fechamentos, não retrocede: não coloca freios no seu amor. Vemos um reflexo disto naqueles pais que têm consciência da ingratidão dos seus filhos, mas nem por isso deixam de amá-los e de fazer-lhes o bem. Deus é assim, mas num nível muito mais elevado. E hoje ele convida-nos também a acreditar no bem, a não deixar de fazer o bem.

Humildade e disponibilidade

“Eles não foram acolhedores, e nós?”. A hostilidade em relação a Jesus – observou Francisco - também nos provoca. E para ilustrar os “modelos do acolhimento que Jesus propõe hoje aos seus conterrâneos e a nós”, volta o seu pensamento para os dois livros dos Reis, que falam de dois estrangeiros – a viúva de Sarepta de Sidónia e Naamã, o sírio – que acolhem Elias – “apesar da fome e embora o profeta fosse perseguido político-religioso” e Eliseu – “que o levou a humilhar-se, a banhar-se sete vezes no rio, como se fosse uma criança ignorante”.

Quer a viúva como Naamã, “acolheram com a sua disponibilidade e humildade. O modo de acolher Deus é sempre ser disponível, acolhê-Lo e ser humilde". Ou seja, a fé passa pela “disponibilidade e humildade. Eles “não rejeitaram os caminhos de Deus e dos seus profetas; foram dóceis, não rígidos e fechados”:

Irmãos e irmãs, também Jesus percorre o caminho dos profetas: apresenta-se como não esperávamos. Não o encontra quem procura milagres, se nós procuramos milagres não encontraremos Jesus, que procura novas sensações, experiências íntimas, coisas estranhas, não! Quem procura uma fé feita de poder e sinais externos. Não, não o encontrará. Somente o encontra, por outro lado, quem aceita os seus caminhos e os seus desafios, sem lamentações, sem suspeitas, sem críticas e sem cara feia.

Para evitar fechamentos, o Senhor pede mente aberta e coração simples

Assim, Jesus pede-nos para acolhê-Lo na realidade quotidiana, na Igreja de hoje, nos necessitados, nos problemas na família, nos pais, nos filhos, nos avós, "acolher Deus ali, onde Ele está, e convida-nos a purificarmo-nos no rio da disponibilidade e em muitos banhos saudáveis  ​​de humildade. É preciso humildade para encontrar Deus, para deixarmo-nos encontrar por Ele”:

E nós, somos acolhedores ou nos assemelhamos aos seus conterrâneos, que achavam saber tudo sobre ele? 'Eu estudei teologia, fiz aquele curso de catequese...eu sei tudo sobre Jesus', como um "tolo"... Não sejas tolo, tu não conheces Jesus. Quem sabe, depois de tantos anos de crentes, pensamos tantas vezes conhecer bem o Senhor, com as nossas ideias e os nossos julgamentos. O risco é de nos acostumarmos com Jesus, fechando-nos às suas novidades, ao momento em que Ele bate à porta e te diz uma coisa nova, quer entrar em ti. Nós devemos sair desse estar fixos nas nossas posições. O Senhor pede uma mente aberta e um coração simples. E quando uma pessoa tem uma mente aberta, um coração simples, tem a capacidade de surpreender-se, de maravilhar-se. O Senhor surpreende-nos sempre, é esta a beleza do encontro com Jesus".

Que Nossa Senhora, modelo de humildade e disponibilidade - disse ao concluir - mostre-nos o caminho para acolher Jesus.

VN

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

ACOMPANHAR MARIA NO NOVO TESTAMENTO

   

   
 
 

Para entrar em cada reunião Zoom:

https://zoom.us/j/6429275371?pwd=aW01STBSMjNLaXNmN21HRW1zNXNudz09

ID da reunião: 642 927 5371
Senha de acesso: 1234

 

 

14 DE OUTUBRO – Partilha de Expectativas. Apresentação do Programa. Introdução ao Estudo do Novo Testamento.

 

21 DE OUTUBRO O Mundo Judaico no Tempo de Jesus e de Maria.

 

28 DE OUTUBRO A Vida na Igreja nascente: a expansão do Cristianismo pelo mundo; o Concílio de Jerusalém; a hostilidade do mundo em geral (comunidade judaica e sociedade romana; a defesa da verdade).

 

4 DE NOVEMBRO Os Escritos Paulinos (os escritos neotestamentários mais antigos). “Nascido de uma mulher” (Primeiros Passos sobre Maria).

 

11 DE NOVEMBRO Os Evangelhos. A Questão Sinótica. O Evangelho segundo São Marcos (o autor, o destinatário, o texto).

 

25 DE NOVEMBRO O Evangelho segundo São Marcos (o primeiro Evangelho redigido e as suas afirmações acerca de Maria).

 

2 DE DEZEMBRO O Evangelho segundo São Mateus (a autoria, o destinatário, o texto); 

 

9 DE DEZEMBRO – O Evangelho segundo São Mateus (Maria e a novidade de um Evangelho de Infância; edificação do Reino por palavras e obras; a Paixão e os relatos pascais; envio dos discípulos);

 

16 DE DEZEMBRO – A Obra Lucana (a autoria, o destinatário, o texto; o Evangelho de Infância e o papel proeminente de Maria);

 


27 DE JANEIROO Apocalipse - a resposta a um contexto histórico; a simbologia; as Cartas às Sete Igrejas; as Visões Proféticas (Maria e a mulher do Apocalipse; o Epílogo). 

 

3 DE FEVEREIRO – Alguns aspetos históricos e dogmáticos sobre a presença de Maria na Igreja. Balanço final.


O Papa: pais, não se espantem diante dos problemas dos filhos. Apelo pela paz na Ucrânia

 
 
 
Na Audiência Geral desta quarta-feira, Francisco convidou os pais, diante dos problemas dos filhos, a pensarem no Senhor, a pensarem em como José resolveu os problemas, e a pedirem a José que os ajude. "Nunca condenar um filho", acrescentou o Papa.
 

Mariangela Jaguraba - Vatican News

"São José, homem que sonha" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (26/01), realizada na Sala Paulo VI.

O Papa explicou que "na Bíblia, como nas culturas dos povos antigos, os sonhos eram considerados um meio pelo qual Deus se revelava. O sonho simboliza a vida espiritual de cada um de nós, aquele espaço interior, em que cada um é chamado a cultivar e a proteger, onde Deus se manifesta e muitas vezes nos fala".

Segundo o Papa, "devemos dizer que dentro de cada um de nós não existe apenas a voz de Deus: existem muitas outras vozes. Por exemplo, as vozes dos nossos medos, experiências passadas, das esperanças; e há também a voz do maligno que nos quer enganar e confundir. Portanto, é importante ser capaz de reconhecer a voz de Deus no meio de outras vozes. José demonstra que sabe cultivar o silêncio necessário e tomar as decisões justas diante da Palavra que o Senhor lhe dirige interiormente".

A oração faz nascer em nós a intuição do caminho de saída

Para entender como nos colocarmos diante da revelação de Deus, o Papa retomou quatro sonhos relatados no Evangelho que têm José como protagonista.

No primeiro sonho, o anjo ajuda José a resolver o drama que o aflige ao saber da gravidez de Maria, quando o anjo lhe apareceu em sonho e lhe disse para não ter medo de receber Maria como esposa. A resposta de José foi imediata, pois quando acordou fez conforme o Anjo do Senhor lhe tinha mandado.

Muitas vezes a vida coloca-nos diante de situações que não entendemos e parecem sem solução. Rezar, nesses momentos, significa deixar que o Senhor nos mostre a coisa certa a ser feita.  De facto, muitas vezes é a oração que faz nascer em nós a intuição do caminho de saída. Como resolver aquela situação. Queridos irmãos e irmãs, o Senhor nunca permite um problema sem nos dar também a ajuda necessária para enfrentá-lo. Ele não nos joga ali no forno sozinhos. Não nos joga no meio dos animais ferozes. Não. O Senhor quando nos faz ver um problema ou revela um problema, dá-nos sempre a sua ajuda, a ua presença para sair, para resolvê-lo.

A coragem de José para enfrentar as dificuldades

O segundo sonho revelador de José ocorre quando a vida do menino Jesus está em perigo. Ele pegou no menino Jesus e na sua mãe e fugiram para o Egito e ficaram lá até à morte de Herodes.

Na vida fazemos a experiência de perigos que ameaçam a nossa existência ou a de quem amamos. Nessas situações, rezar significa escutar a voz que pode fazer nascer em nós a coragem de José para enfrentar as dificuldades sem sucumbir.

O medo também precisa da nossa oração

No Egito, José espera de Deus o sinal para poder voltar para casa. Este é o conteúdo do terceiro sonho. O anjo revela-lhe que aqueles que queriam matar o menino morreram e ordena a José, partir com Maria e Jesus e retornar à sua pátria. Mas na viagem de volta, "quando soube que Arquelau reinava na Judéia, como sucessor de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá". Depois de receber o aviso em sonho, José partiu para a região da Galileia, e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Esta é a quarta revelação.

O medo também faz parte da vida e ele também precisa da nossa oração. Deus não nos promete que não teremos mais medo, mas que, com a sua ajuda, o medo não será o critério das nossas decisões. José experimenta o medo, mas Deus também o guia através do medo. O poder da oração ilumina as situações sombrias.

Os pais diante dos problemas dos filhos

A seguir, o Papa recordou "as muitas pessoas que são esmagadas pelo peso da vida e não conseguem esperar mais e nem rezar. Que São José as ajude a abrirem-se ao diálogo com Deus, para reencontrar luz, força e paz".

Francisco recordou também "os pais diante dos problemas dos filhos. Filhos doentes, com doenças permanentes. Quanta dor há ali! Pais que veem orientações sexuais diferentes nos filhos, como lidar com isto, acompanhar os filhos e não se esconderem no comportamento de condenação. Pais que veem os filhos morrerem por uma doença, e o mais triste, vemos todos os dias nos jornais, os jovens que fazem travessuras e morrem em acidentes de carro. Pais que veem os filhos não prosseguirem na escola, muitos problemas são os dos pais. Pensemos em como ajudá-los. A esses pais eu digo que não se espantem. Há muita dor, muita, mas pensem no Senhor, pensem em como José resolveu os problemas e peçam a José que vos ajude. Nunca condenar um filho".

O Papa recordou as mães que visitam os filhos nas prisões. Uma mãe diante de um filho que errou e está preso, mas não o deixa sozinho, dá a cara e o acompanha. Esta coragem de pai e mãe que acompanham sempre o filho.

A oração não é um gesto abstrato ou intimista

O Papa concluiu, dizendo que "a oração nunca é um gesto abstrato ou intimista, como querem fazer estes movimentos espiritualistas mais gnósticos do que cristãos, não é isso. A oração está sempre indissoluvelmente ligada à caridade. Somente quando unimos o amor à oração, amor pelo filho e pelo próximo, conseguimos compreender as mensagens do Senhor. José rezava, trabalhava e amava, e por isso recebeu sempre o necessário para enfrentar as provações da vida. Confiemo-nos a ele e à sua intercessão".

Apelo pela paz na Ucrânia

No final da Audiência Geral, o Papa convidou a rezar pela paz na Ucrânia, e a fazê-lo muitas vezes durante este dia:

Peçamos ao Senhor com insistência para que aquela terra possa ver florescer a fraternidade e superar feridas, medos e divisões. Que as orações e súplicas, que hoje se elevam ao Céu, toquem as mentes e os corações dos responsáveis na terra, para que façam prevalecer o diálogo, e o bem de todos seja colocado acima dos interesses de parte. Rezemos pela paz com o Pai Nosso: é a oração dos filhos que se dirigem ao mesmo Pai, é a oração que nos faz irmãos, é a oração dos irmãos que imploram reconciliação e concórdia.

Vatican News

domingo, 23 de janeiro de 2022

Papa convoca um dia de oração pela paz na Ucrânia

 
 Tensão na fronteira entre Rússia e Ucrânia 
 
Francisco propôs que a próxima quarta-feira, 26 de janeiro, seja um dia de oração pela paz. “Faço um forte apelo a todas as pessoas de boa vontade, para que elevem orações a Deus omnipotente, para que cada ação e iniciativa política esteja ao serviço da fraternidade humana”, disse o Pontífice no final da oração do Angelus deste domingo.
 

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

O Papa voltou a manifestar a sua preocupação com as tensões na Ucrânia, “que ameaçam infligir um novo golpe à paz” no país, colocando em discussão a segurança da Europa.

“Faço um forte apelo a todas as pessoas de boa vontade, para que elevem orações a Deus omnipotente, para que cada ação e iniciativa política esteja ao serviço da fraternidade humana”, disse Francisco, recordando que quem persegue os próprios fins em detrimento dos demais despreza a própria vocação do homem, "porque todos fomos criados irmãos".

Diante deste cenário preocupante, o Pontífice então propôs que a próxima quarta-feira, 26 de janeiro, seja um dia de oração pela paz.

Diplomacia ativada

As crescentes tensões na fronteira entre Rússia e Ucrânia preocupam não só o Papa, mas toda a comunidade internacional. A diplomacia está a multiplicat as reuniões e videoconferências para evitar uma agressão militar russa, que no momento nega qualquer possibilidade de uma medida militar real.

No entanto, há mais de 120.000 soldados russos já posicionados na fronteira ucraniana e no território do Donbass, onde, como em Kiev, os exercícios estão na ordem do dia. Também prossegue o fluxo de munições e instrutores militares dos países da OTAN. Um primeiro carregamento de armas, cerca de 90 toneladas, já chegou sob as ordens do presidente dos EU Joe Biden.

A partir de segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores dos 27 países da UE reunir-se-ão por videoconferência com o Secretário de Estado norte-americano Blinken, que está a retornar das negociações com Moscovo, em Genebra. Possíveis sanções em caso de invasão estão a set consideradas. Também estão previstas conversações bilaterais entre o Reino Unido e a Rússia.

Vatican News

Papa: Apaixonemo-nos pela Sagrada Escritura, leva-nos a Deus e aos irmãos

 

 O brasileiro Wanderson Saavedra Correia é instituído Catequista, pelo Papa Francisco 

 

No Domingo da Palavra de Deus, a homilia do Papa foi repleta de questões sobre a Igreja que somos e que queremos ser. E fez um apelo: "Apaixonemo-nos pela Sagrada Escritura", que nos leva a Deus e aos outros. Durante a celebração, Francisco instituiu leitores e catequistas.

 

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Ouvir, rezar e colocar em prática as Sagradas Escrituras: é o que nos pede o Papa Francisco neste Domingo da Palavra de Deus.

Para a ocasião, o Pontífice presidiu à celebração eucarística na Basílica de S. Pedro, em que pela primeira vez foram instituídos leitores e catequistas.

 

  Regina de Sousa Silva (no centro) e Wanderson Saavedra Correia (à direita)  
 

No centro da nossa vida está Deus e sua Palavra

Na sua homilia, o Pontífice comentou a primeira Leitura e o Evangelho deste III Domingo do Tempo Comum, que têm como protagonista a Sagrada Escritura. Primeiro, o sacerdote Esdras coloca em lugar elevado o livro da lei de Deus, abre-o e proclama-o diante de todo o povo. Depois, Jesus lê na frente de todos uma passagem do profeta Isaías.

“Estas duas cenas comunicam-nos uma realidade fundamental: no centro da vida do povo santo de Deus e do caminho da fé, não estamos nós com as nossas palavras; no centro, está Deus com a sua Palavra”, observou o Papa.

A Palavra consola 

Jesus encerra a leitura com algo inédito: "Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura" (Lc 4, 21).

A Palavra de Deus já não é uma promessa, explicou o Papa, mas sim, realizou-se. Em Jesus, fez-Se carne. Mantendo os olhos fixos em Cristo, Francisco convidou os fiéis a meditar sobre dois aspetos: a Palavra desvenda Deus e a Palavra leva-nos ao homem. Isto é, ao mesmo tempo consola e provoca.

A Palavra consola-nos porque Jesus desvenda o verdadeiro rosto de Deus, que veio para libertar os pobres e oprimidos. Deus é misericórdia, é pai e não patrão, não é neutro nem indiferente, mas compromete-se com a nossa dor, “está sempre presente ali”. “Está próximo e quer cuidar de nós. Esta é a sua característica: proximidade.”

O Papa então convida os fiéis a interrogarem-se: trazemos no coração esta imagem libertadora de Deus, compassivo e terno ou O imaginamos como um juiz rigoroso, um rígido guarda alfandegário da nossa vida? Ou ainda: Qual é o rosto de Deus que anunciamos na Igreja: o Salvador que liberta e cura, ou o Temível que esmaga avivando os sentimentos de culpa?

Para nos convertermos ao verdadeiro Deus, Jesus indica por onde começar: pela Palavra. Esta liberta-nos dos medos e preconceitos sobre Ele, derruba os ídolos falsos e traz-nos de volta ao seu rosto verdadeiro, à sua misericórdia.

“A Palavra de Deus alimenta e renova a fé: voltemos a colocá-la no centro da oração e da vida espiritual!”

A Palavra provoca

A Palavra, acrescentou Francisco,  impele-nos a sair de nós mesmos caminhando ao encontro dos irmãos, como revela Jesus na sinagoga de Nazaré: Ele é enviado para ir ao encontro dos pobres (que somos todos nós!) e libertá-los. Jesus revela ainda o culto mais agradável a Deus: cuidar do próximo. "Devemos voltar a isso. De momento, há na Igreja as tentações da rigidez, que é uma perversão. Acredita-se que encontrar Deus é tornarmo-nos mais rígidos, com mais normas... Não é assim. Quando vemos propostas rígidas, de rigidez, pensemos logo: este é um ídolo, não é Deus. O nosso Deus não é assim."

“Irmãs e irmãos, a Palavra de Deus transforma-nos, não a rigidez: esta esconde-nos. E a Palavra de Deus transforma-nos penetrando na alma como uma espada.”

Se por um lado consola, por outro provoca. Pois não podemos viver tranquilos quando o preço a pagar por esta tranquilidade é um mundo dilacerado pela injustiça. Francisco citou a condição de milhares de migrantes, rejeitados nas fronteiras inclusive por quem faz política “em nome de Deus”. “Não há nada a fazer” ou “que posso fazer eu?” não são mais justificativas. Exige que não sejamos indiferentes, mas diligentes, criativos, proféticos.

A Sagrada Escritura, disse ainda o Papa, não foi dada para nos entreter, mas para sair ao encontro dos outros e debruçarmo-nos sobre as suas feridas.

“A Palavra que Se fez carne quer tornar-Se carne em nós.” E o quer no tempo que vivemos, não num futuro ideal. Francisco propôs então mais uma questão: queremos imitar Jesus, tornando-nos em ministros de libertação e consolação para os outros?

Vamo-nos apaixonar pela Sagrada Escritura

Por fim, um pensamento aos leitores e catequistas que foram instituídos nesta celebração, chamados à tarefa de servir o Evangelho, anunciá-lo para que a sua consolação chegue a todos.

Esta, aliás, é também a missão de cada um de nós: ser arautos críveis, profetas da Palavra no mundo.

“Por isso, apaixonemo-nos pela Sagrada Escritura, deixemo-nos interpelar profundamente pela Palavra, que desvenda a novidade de Deus e leva-nos a amar incansavelmente os outros. Voltemos a colocar a Palavra de Deus no centro da pastoral e da vida da Igreja! Vamos ouvi-la, rezá-la e colocá-la em prática.”

Vatican News