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Jackson Erpen - Vatican News
O projeto de Deus para cada um de nós é sempre um plano de amor. E ao seu chamamento, devemos responder com amor, no serviço a Deus e aos irmãos.
Inspirado no Evangelho de João - que apresenta o encontro de Jesus com os seus primeiros discípulos - o Papa também convidou a recordamos do momento do encontro derradeiro que tivemos com o Senhor, “para que a recordação daquele momento nos renove sempre no encontro com Jesus”. “Todo o encontro autêntico com Jesus fica na memória viva”.
Da Biblioteca do Palácio Apostólico, também em observância às medidas adotadas pelo governo italiano para conter a difusão do coronavírus, Francisco começa a sua reflexão descrevendo â cena de Jesus com dois dos seus discípulos na margem do rio Jordão, um deles André. E foi o próprio João Batista – explicou - quem lhes apontou o Messias, com estas palavras: "Eis o Cordeiro de Deus!"
Em resposta às perguntas que começaram a l dirigir-lhe, cheias de curiosidade, Jesus não apresenta “um cartão de visitas”, mas convida-os para um encontro: “Vinde e vede!” “Os dois seguem-no e naquela tarde permanecem com Ele”:
Não é difícil imaginá-los ali sentados, a fazerem-lhe perguntas e, sobretudo, ouvindo-o, sentindo que os seus corações aquecem sempre mais, enquanto o Mestre fala. Eles sentem a beleza das palavras que correspondem à sua maior esperança. E de repente descobrem que, à medida que escurece à sua volta, explode neles, nos seus corações, uma luz que somente Deus pode dar.
Do verdadeiro encontro com Jesus não se esquece nunca
Francisco chama então a atenção para a hora precisa deste encontro descrita por João:
Uma coisa que chama a atenção: um deles, sessenta anos depois, ou talvez mais, escreveu no Evangelho - “era por volta das quatro da tarde” - escreveu a hora. E isio é algo que nos faz pensar: todo o encontro autêntico com Jesus fica na memória viva, nunca é esquecido. Tu esqueces-te de tantos encontros, mas o encontro com Jesus verdadeiro permanece sempre. E tantos anos depois eles recordavam-se também da hora, não puderam esquecer aquele encontro tão feliz, tão pleno, que lhes tinha mudado a vida.
Cada encontro com Jesus é um chamamento de amor
E quando eles saem e voltam para os seus irmãos – continua a explicar o Papa – “aquela alegria, aquela luz transborda dos seus corações como um rio caudaloso”.
Então, um dos dois, André, diz ao seu irmão Simão - a quem Jesus chamará Pedro quando o encontrar-: "Encontramos o Messias". Estavam certos de que Jesus era o Messias:
Detenhamo-nos por um momento nesta experiência do encontro com Cristo que chama a estar com Ele. Cada chamamento de Deus é uma iniciativa do seu amor. É sempre Ele que toma a iniciativa. Ele chama-te. Deus chama à vida, chama à fé e chama a um estado particular de vida: “Eu quero-te aqui”.
O primeiro chammentoo de Deus – explica Francisco – “é para a vida, com a qual nos constitui como pessoas; é um chamamento individual, porque Deus não faz as coisas em série”.
O projeto de Deus é sempre um plano de amor
Depois – acrescenta – “Deus chama-nos a um estado particular de vida: a doarmo-nos no caminho do matrimónio, no do sacerdócio ou na vida consagrada:
São formas diferentes de realizar o projeto de Deus, aquele que Ele tem para cada um de nós, que é sempre um plano de amor. Mas Deus chama sempre. E a maior alegria para cada crente (para cada fiel) é responder a este chamamento, oferecer-mo-nos inteiramente ao serviço de Deus e dos irmãos.
Mas diante deste chamamento do Senhor – observa o Pontífice - que nos chega “de mil maneiras”, mesmo “por intermédio de pessoas, acontecimentos felizes e tristes, às vezes a nossa atitude pode ser de rejeição - “Não...“tenho medo”... Recuso porque nos parece em contraste com as nossas aspirações; e também o medo, porque o consideramos muito exigente e incómodo: “Oh, não conseguirei, é melhor não, é melhor uma vida mais tranquila. Deus lá e eu aqui”:
O desejo do anúncio que brota do encontro com Jesus
Mas o chamamento de Deus é amor. Devemos procurar encontrar o amor que está por de trás de cada chamamento, e respondermos ele somente com o amor. Esta é a linguagem: da resposta a um chamamento que vem do amor, somente o amor. No início há um encontro, aliás, há o encontro com Jesus, que nos fala do Pai, nos faz conhecer o seu amor. E assim também em nós surge espontaneamente o desejo de comunicá-lo às pessoas que amamos: "Encontrei o Amor", “encontrei o Messias”, “encontrei Jesus”, "encontrei o sentido da minha vida". Numa palavra: "Encontrei Deus".
Que a Virgem Maria – foi o pedido do Papa ao concluir - nos ajude a fazer da nossa vida um hino de louvor a Deus, em resposta ao seu chamamento e no cumprimento humilde e alegre da sua vontade. E acrescenta:
Mas recordemos isto: (para) cada um de nós, na nossa vida, (houve) um momento em que Deus se fez presente com mais força, com um chamamento. Recordemo-lo. Voltemos àquele momento, para que a memória daquele momento nos renove sempre no encontro com Jesus.
VN
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