Audiência Geral na Biblioteca do Palácio Apostólico
Falando sobre a
meditação, o Papa Francisco acrescenta mais um capítulo à sua série
sobre a oração. Meditar, afirmou, é uma forma de rezar comum não só aos
cristãos, mas a fiéis de outras religiões e até para quem não tem uma
visão religiosa da vida. “Nós não somos feitos para correr em
continuação, possuímos uma vida interior que não pode ser espezinhada.
Meditar è uma necessidade de todos.”
Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Meditar é um modo de encontrar Jesus: a meditação foi o tema da
catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira,
realizada ainda sem a presença de fiéis, na Biblioteca do Palácio
Apostólico.
O Pontífice acrescenta assim mais um capítulo à sua série sobre a
oração, pois meditar é uma forma de rezar comum não só aos cristãos, mas
a fiéis de outras religiões e até para quem não tem uma visão religiosa
da vida.
“Todos precisamos de meditar, refletir, reencontrarmo-nos a nós mesmos. É uma
dinâmica humana”, disse o Papa, sobretudo no “voraz” mundo ocidental, e
representa um antídoto contra o stresse quotidiano e o vazio que se
expande por todo lado.
“Nós não somos feitos para correr na continuação, possuímos uma
vida interior que não pode ser espezinhada. Meditar é uma necessidade de
todos. Meditar, por assim dizer, significa parar e fazer um respiro na
vida. Parar.”
A meditação cristã é um encontro com o transcendente
Mas para um cristão, meditar tem um sentido diferente, que vai além: seguir Jesus Cristo.
O cristão, quando reza, não aspira à plena transparência de si mesmo, não
se coloca à procura do núcleo mais profundo do seu eu. Isto é lícito, mas
o cristão procura outra coisa. A oração do cristão é, antes de tudo, o
encontro com o Outro, com o maiúsculo. O encontro com o transcendente,
com Deus.
Os benefícios desta prática, como paz interior, domínio de si ou
lucidez, são resultados de “efeitos colaterais” da graça da oração
cristã, que é o encontro com Jesus. “Meditar é ir ao encontro com Jesus
dentro de nós.”
Os inúmeros métodos de meditação indicam experiências espirituais
diferentes: estilos mais sóbrios, articulados, que privilegiam a
dimensão intelectual ou afetiva e emotiva. Todos são importantes e
dignos de serem praticados. Não reza só com a mente ou com os
sentimentos.
Mas o todo. Mas um método nada mais que um guia, é o caminho,
não a meta. “O importante é avançar, com o Espírito Santo, na única vida
da oração: Cristo Jesus. O companheiro de caminhada é o Espírito Santo.
Não é possível meditar sem Ele.”
Meditar é reviver os mistérios da fé
Eis então a graça da oração cristã: Cristo não está distante, mas está sempre em relação connosco.
Cada momento da vida terrena de Jesus, através da graça da oração,
pode tornar-se contemporâneo para nós. Do Batismo no Jordão, aos
inúmeros milagres do mestre, podemos reviver os mistérios da vida de
Cristo.
“Não há página do Evangelho em que não haja lugar para nós.
Meditar, para nós cristãos, é um modo de encontrar Jesus. E assim,
somente assim, de encontrarmo-nos a nós mesmos. Não é um inclinarmo-nos sobre
nós mesmos, mas ir até Jesus e em Jesus encontrarmo-nos a nós mesmos, curados,
ressuscitados, fortes pela graça de Jesus. E encontrar Jesus Salvador de
todos, inclusive meu. E isto, graças à guia do Espírito Santo.”
Vatican News
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