Vatican News
Depois de celebrar a missa na Basílica Vaticana, o Papa Francisco rezou com os fiéis reunidos na Praça de S. Pedro a oração do Angelus.
Comentando o Evangelho deste 29º Domingo do Tempo Comum, o Pontífice destacou dois verbos: emergir e imergir.
Marcos narra que dois dos discípulos, Tiago e João, pedem ao Senhor para sentarem-se ao Seu lado na glória, "como primeiros-ministros", causando indignação aos demais. Jesus então ensina que a verdadeira glória obtém-se, vivendo o batismo que estava para receber em Jerusalém, e não elevando-nos sobre os outros.
A palavra batismo significa “imersão”. Portanto, a glória de Deus é amor que se faz serviço, não poder que busca o domínio.
As ciladas da busca do prestígio pessoal
Emergir, explicou o Papa, expressa aquela mentalidade mundana da qual somos sempre tentados: viver todas as coisas, até mesmo as relações, para alimentar a nossa ambição, para subir os degraus do sucesso. A busca do prestígio pessoal, advertiu, pode tornar-se uma doença do espírito. "Isto na Igreja também acontece", lamentou Francisco: "Quantas vezes, nós cristãos, que deveríamos ser os servidores, procuramos galgar, ir avante." É importante verificar sempre as verdadeiras intenções do coração e interrogar-mo-nos se levamos em frente, um serviço somente para sermos notados e louvados.
A esta lógica mundana, Jesus propõe a sua: em vez de elevarmo-se
sobre os demais, descer do pedestal para servir. Em vez de emergir
sobre os outros, imergir na vida dos outros. O Papa então citou um
programa da televisão italiana que veiculou uma reportagem sobre o
serviço da Cáritas para que ninguém fique sem alimento: "Preocuparmonos
com a fome dos outros, preocuparmo-nos com as necessidades dos outros. São
muitos, muitos os necessitados hoje e mais ainda depois da pandemia.
Olhar e abaixar-mo-nos no serviço e não procurar galgar para a própria
glória".
Eis então o segundo verbo: imergirmo-nos. Jesus não ficou lá no céu, a olhar-nos do alto, mas abaixou-se para lavar os nossos pés. E pede que façamos o mesmo com os outros, com compaixão.
Mas para passar do emergir ao imergir, só o empenho não é suficiente. Mas cada um tem dentro de si a força do batismo, daquela imersão em Jesus que impulsiona a segui-Lo, é um fogo que o Espírito acendeu e que deve ser alimentado.
Francisco então concluiu pedindo a Nossa Senhora que nos ajude a encontrar Jesus. “Ela, mesmo sendo a maior, não procurou emergir, mas foi a humilde serva do Senhor e imergiu-se completamente ao nosso serviço para nos ajudar a encontrar Jesus.”
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