“Ele está sempre disponível para recomeçar com cada um de nós”, garantiu o Cardeal-Patriarca de Lisboa. A partir da Igreja de Cristo Rei da Portela, D. Manuel Clemente deixou o conselho aos cristãos para lerem, diariamente, a Bíblia e pediu “cuidado” no desconfinamento. “Vamos dar bom exemplo!”, apelou.
Neste
Domingo IV da Quaresma, o Cardeal-Patriarca de Lisboa pediu “cuidado”
no desconfinamento para que se continue a levar por diante “esta vitória
que vamos alcançando sobre a pandemia” e apelou a uma sociedade
“integralmente ecológica” que aponte a uma nova forma de viver. “Temos
que aprender a viver de outra maneira, como uma sociedade mais
reconciliada com a natureza inteira – nesse sentido mais ecológico e,
integralmente, ecológica – e com condições onde a vida de cada um se
possa verdadeiramente realizar, preservar. Vamos ter muito cuidado.
Vamos dar bom exemplo!”, apelou D. Manuel Clemente, na véspera de serem
permitidas, em Portugal Continental, as Missas com a presença da
assembleia.
Desafio diário
Na
homilia da celebração, transmitida pela RTP, a partir da Igreja de
Cristo Rei da Portela, o Cardeal-Patriarca frisou que “com Deus, tudo
pode recomeçar”, porque “Ele está sempre disponível para recomeçar com
cada um de nós” e desafiou os cristãos a lerem, diariamente, a Bíblia,
de forma particular neste tempo em que “ouvimos notícias pesarosas” e
“no meio de tantas trevas que se adensam”. “À luz da Palavra, vemo-nos
de outra maneira e percebemos que Deus está ali connosco”, reforçou D.
Manuel Clemente.
Neste Domingo
‘Laetare’ (Domingo da Alegria), o Cardeal-Patriarca partiu do diálogo
de Jesus com Nicodemos, escutado no Evangelho, para apelar a que cada um
também se possa encontrar com Jesus, fazendo “dissipar as trevas que se
acumulam”. “Às vezes, estas trevas são muito difíceis de dissipar, mas
aquilo que Jesus promete a Nicodemos é esta Luz que, n’Ele, Jesus
Cristo, irradia como na Sua Páscoa acontecerá definitivamente, para quem
quiser captar e nela quiser viver”, referiu.
Neste
Domingo, que marca uma “etapa importante deste caminho quaresmal”, o
Patriarca de Lisboa destacou, na sua reflexão, esta frase do Evangelho:
‘Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que
todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna’
para afirmar que “é este o amor de Deus que se dá em Jesus Cristo
totalmente para que, no meio de nós, desponte esta luz definitiva e que
nos compensa de tantas trevas em que nós próprios, muitas vezes, estamos
encerrados”. “Essa luz que irradiará na manhã de Páscoa, na
ressurreição de Jesus Cristo, está aí” e é possível vê-la “quando
ouvimos a palavra de Jesus, porque, como Ele prometeu, aquele que guarda
a Sua Palavra terá Jesus Cristo a habitar em si mesmo”, afirmou D.
Manuel Clemente.
Sinais da Sua presença
Segundo
o Cardeal-Patriarca, Jesus Cristo, que para além de estar presente na
Palavra e nos Sacramentos, está também presente “em todo o lado onde há
homens e mulheres, tocados pelo seu Espírito e que, por isso – como
dizia o Evangelho –, ‘têm obras feitas em Deus’, ou seja, na caridade de
Cristo, e são sinal da sua presença”. “E tantos sinais da presença do
Espírito de Cristo se desdobraram nestes dias tão difíceis, nestes
meses, neste ano, em tantos homens e mulheres que, nos hospitais, nas
casas, em tudo quanto é a vidas social, nas empresas, em tantas
atuações, são sinais da Sua presença”, apontou D. Manuel Clemente.
Por
ocasião da Solenidade de São José, celebrada a 19 de março, e pela
intenção do Papa Francisco ao dedicar um ano ao pai adotivo de Jesus, o
Cardeal-Patriarca apelou à imitação da atitude discreta de São José e
afirmou que “Deus conta connosco e com a descrição de cada um para tomar
conta de Maria – figura da Igreja –, e para tomar conta de Jesus – que
há de ser a figura de nós todos. Aprendamos com São José a estar assim
diante da vida: guardando os mistérios de Deus”, desejou.
Também
por ocasião do ‘Ano Família Amoris Laetitia’, que se inicia no dia 19
de março, D. Manuel Clemente convidou os cristãos a voltarem à reflexão
desta “magnifica” exortação do Papa Francisco e que levem “muito a sério
tudo aquilo que lá vem e que diz muito respeito à preparação e à
continuação e fortalecimento da vida matrimonial em Cristo, porque passa
por aí a graça de Deus neste mundo”.
Patriarcado de Lisboa
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