domingo, 14 de abril de 2024

Francisco: chega de guerra, chega de ataques, chega de violência

 

No final do Regina Caeli, Francisco expressa tristeza e preocupação com os ataques do Irão a Israel e pede que parem com qualquer ação que possa levar o Médio Oriente a um conflito bélico maior. O pontífice voltou a propor a solução de dois Estados: "Todas as nações devem tomar o partido da paz e ajudarem os israelitas e palestinos a viverem em dois Estados, em segurança. Este é o desejo e o direito deles".
 

Vatican News

A voz do Papa ressoa no meio da tensão internacional por causa da escalada do conflito no Médio Oriente, após o ataque de Teerão a Israel na noite passada com centenas de drones e mísseis. Francisco, da janela do Palácio Apostólico, no final do Regina Caeli, relança um apelo sincero pela paz e pela "negociação, com determinação".

“Chega de guerra, chega de ataques, chega de violência! Sim ao diálogo e à paz.”

Não a um conflito bélico ainda maior

Diante dos milhares de fiéis na Praça de São Pedro, após a oração mariana, o Papa expressou a sua "preocupação" e "tristeza" pessoal pelas notícias que chegaram nas últimas horas sobre o "agravamento" da situação em Israel, "devido à intervenção do Irão". Seguidamente, dirigindo-se aos responsáveis por essa situação, pediu:

"Faço um premente apelo para que cesse qualquer ação que possa alimentar uma espiral de violência, com o risco de levar o Médio Orient a um conflito bélico ainda maior."

Dois Estados, lado a lado, em segurança

Em seguida, Francisco renovou o seu apelo por uma solução de "dois Estados" para Israel e Palestina, que a Santa Sé apoiou sempre. "Ninguém deve ameaçar a existência de outros, todas as nações devem tomar o partido da paz e ajudar os israelitas e palestinos a viverem em dois Estados, lado a lado, em segurança", e completou: "Este é o desejo profundo e legítimo deles, e é um direito que lhes assiste. Dois Estados vizinhos".

Cessar fogo em Gaza

Ao voltar o seu olhar para a Faixa de Gaza, onde o Ministério da Saúde, liderado pelo Hamas, anunciou recentemente um novo número de mortos de mais de 33.700 desde 7 de outubro, o Pontífice reforçou seu apelo:

"É preciso chegar rapidamente a um cessar-fogo em Gaza, os caminhos da negociação devem ser seguidos. Uma negociação com determinação, para ajudar essa população imersa numa catástrofe humanitária."

Liberdade para os reféns israelitas

Francisco, como tem feito desde o início do conflito, renova o seu pedido de libertação "imediata" dos reféns israelitas sequestrados há seis meses nas mãos do Hamas.

Por fim, o Papa fez um apelo a todos os fiéis, pedindo-lhes que nunca deixem de suplicar a Deus: "Quanto sofrimento! Rezemos pela paz".

Vatican News

Papa no Regina Caeli: compartilhemos a mais bela notícia, o encontro com Jesus

 

 
Durante a oração mariana deste III Domingo de Páscoa, Francisco refletiu sobre a importância de compartilhar a fé. O Pontífice enfatizou que "se fizermos isso, Jesus, assim como fez com os discípulos, surpreender-nos-á e tornará ainda mais bonitos os nossos encontros e os nossos ambientes".
 

Thulio Fonseca – Vatican News

O Papa rezou, neste domingo, 14 de abril, com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, na oração mariana do Regina Caeli. Na sua alocução, o Santo Padre sublinhou que neste III Domingo de Páscoa, o Evangelho narra o episódio em que os apóstolos estão reunidos no cenáculo, quando os dois discípulos voltam de Emaús e contam o seu encontro com Jesus.

Francisco, ao refletir sobre a importância de compartilhar a fé, recordou que no episódio bíblico, enquanto os discípulos expressam a alegria da sua experiência, o Ressuscitado aparece para toda a comunidade: "Jesus chega exatamente quando eles estão a compartilhar a história do seu encontro com Ele".

Compartilhar boas notícias

"Todos os dias somos bombardeados por milhares de mensagens", enfatizou o Pontífice, "muitas são superficiais e inúteis ou, pior ainda, nascem de mexericos e malícia, são notícias que fazem mal". No entanto, também existem notícias boas, positivas e construtivas, completou o Papa, e todos nós sabemos o quanto é reconfortante ouvi-las. Entretanto, há algo sobre o qual enfrentamos dificuldade em falar: "do facto o mais bonito que temos para contar: o nosso encontro com Jesus":

"Cada um de nós poderia dizer muito a respeito: não para ensinar aos outros, mas para compartilhar os momentos únicos em que percebemos o Senhor vivo e próximo, que concendeu aos nossos corações a alegria ou enxugou as lágrimas, que transmitiu confiança e consolo, força e entusiasmo, ou perdão, ternura. Estes encontros que cada um de nós teve com Jesus, devemos compartilhá-los e transmiti-los."

Jesus presente nos nossos encontros e ambientes

Francisco ressaltou a importância de dividir com a família, na comunidade e com os amigos os momentos de encontro com o Senhor:

"É bom falar das boas inspirações que nos orientaram na vida, dos pensamentos e sentimentos bons que nos ajudam muito a seguir em frente, também dos esforços e dificuldades que enfrentamos para entender e progredir na vivência da fé, talvez até para nos arrependermos e voltarmos atrás. Se fizermos isto, Jesus, assim como fez com os discípulos de Emaús na noite de Páscoa, surpreender-nos-á e tornará ainda mais bonitos os nossos encontros e os nossos ambientes."

Dividir experiências de fé

Por fim, o Santo Padre convidou os fiéis a relembrarem um momento marcante na sua vida de fé, um encontro decisivo com Jesus, e completou a reflexão com algumas perguntas: "Quando foi que eu encontrei o Senhor? Quando foi que o Senhor se aproximou de mim? E nesse encontro, eu compartilhei-o para dar glória ao Senhor? E também, eu escuto os outros quando falam sobre o seu encontro com Jesus?"

"Que Nossa Senhora nos ajude a compartilhar a fé para tornar as nossas comunidades cada vez mais lugares de encontro com o Senhor", concluiu o Papa.
 
Vatican News

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Apelos do Papa pela Ucrânia, Terra Santa, Mianmar e proximidade ao Cazaquistão

 

Palestinianos passam por prédios destruídos em Khan Yunis, depois de Israel retirar as suas forças terrestres do sul da Faixa de Gaza (AFP)

Na audiência geral desta quarta-feira (10), na Praça de São Pedro, um enésimo apelo de Francisco a favor da paz na Ucrânia, Palestina, Israel, Mianmar e em todas as partes do mundo onde se vive o flagelo da guerra. Proximidade espiritual também ao Cazaquistão, que sofre estes dias com inundações que afetaram várias regiões do país asiático
 

Raimundo de Lima – Vatican News

Nas saudações do Pontífice na audiência geral desta quarta-feira, 10 de abril, realizada na Praça de São Pedro, mais uma vez o pensamento do Santo Padre voltou-se para onde se vive o flagelo da guerra, derrota da humanidade. A guerra está em toda a parte, disse Francisco. Em suas palavras, uma menção particular à Ucrânia, Palestina, Israel e Mianmar.

Meus pensamentos vão para a atormentada Ucrânia, Palestina e Israel. Que o Senhor nos dê paz. A guerra está em toda parte! Não nos esqueçamos de Mianmar. Peçamos ao Senhor pela paz e não nos esqueçamos desses nossos irmãos e irmãs que sofrem tanto nesses locais de guerra. Oremos juntos e sempre pela paz.

Proximidade espiritual ao Cazaquistão

Na saudação aos de língua inglesa, o Papa manifestou a sua proximidade espiritual ao povo do Cazaquistão, que sofre estes dias com inundações que afetaram várias regiões do país da Ásia Central, ressaltando, neste tempo pascal, que mesmo em tempos de dificuldade, devemo-nos lembrar da alegria do Cristo ressuscitado.

Ademais, desejo transmitir ao povo do Cazaquistão a minha proximidade espiritual neste momento em que grandes inundações atingiram muitas regiões do país e causaram a evacuação de milhares de pessoas das suas casas.  Convido todos a orar por todos aqueles que estão a sofrer os efeitos desse desastre natural.  Mesmo em tempos de dificuldade, lembremo-nos da alegria do Cristo ressuscitado.

Vatican News

domingo, 7 de abril de 2024

Papa: a felicidade está no encontro vivo com Jesus, não no prazer e no poder

 
 
Comentando o Evangelho deste II Domingo de Páscoa, Francisco recorda que seguindo os caminhos do prazer e do poder não se encontra a felicidade. Não é assim que se “tem a vida”, porque seguindo os caminhos do prazer e do poder não se encontra a felicidade. É preciso, ao contrário, fixar o olhar em Jesus crucificado e ressuscitado, encontrá-Lo nos Sacramentos e na oração, reconhecê-Lo presente, acreditar Nele.

 

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Neste Domingo da Divina Misericórdia, o Papa rezou com os fiéis na Praça São Pedro a oração do Regina Caeli e comentou o  Evangelho proposto pela liturgia (cfr Jo 20,19-31), em que Jesus ressuscitado aparece aos discípulos. Francisco deteve-se no último versículo que diz que crendo em Jesus, podemos ter a vida no seu nome.

Existem várias maneiras de ter a vida, afirmou o Papa. Há quem reduza a existência a uma corrida frenética para gozar e possuir tantas coisas: comer e beber, divertir-se, acumular dinheiro e posses. É um caminho que, à primeira vista, parece prazeroso, mas não sacia o coração. Mas não é assim que se “tem a vida”, porque seguindo os caminhos do prazer e do poder não se encontra a felicidade. Com efeito, permanecem sem resposta muitos aspetos da existência, como, por exemplo, o amor, as experiências inevitáveis da dor, do limite e da morte.

Como vai a minha esperança?

O Pontífice convidou a observar como agem os discípulos no Evangelho. Depois dos dias da paixão, estão fechados no Cenáculo, assustados e desencorajados. O Ressuscitado vai ao encontro deles e como primeiro gesto mostra as suas chagas: os sinais do sofrimento e da dor tornam-se com Jesus os canais da misericórdia e do perdão. Assim, os discípulos compreendem que, com Jesus, a vida vence e a morte e pecado foram derrotados. E recebem o dom do seu Espírito, que dá a eles uma vida nova, de filhos amados, repleta de alegria, amor e esperança.

“Eu vos pergunto: Têm esperança? Cada um pergunte a si mesmo: Como vai a minha esperança?”

Eis então como fazer todos os dias para “ter a vida”: basta fixar o olhar em Jesus crucificado e ressuscitado, encontrá-Lo nos Sacramentos e na oração, reconhecê-Lo presente, acreditar Nele, deixarmo-nos tocar pela sua graça e guiar pelo seu exemplo, experimentar a alegria de amar como Ele. 

“Todo o encontro com Jesus, um encontro vivo com Jesus, permite-nos ter mais vida. Procurar Jesus, deixarmo-nos encontrar, porque Ele procura-nos, abrir o coração ao encontro com Jesus.”

Por fim, os questionamentos propostos por Francisco: "Eu acredito na potência da ressurreição de Jesus, acredito que Jesus ressuscitou? Acredito na sua vitória sobre o pecado, sobre o medo e sobre a morte?".

"Que Maria nos ajude a ter uma fé sempre maior em Jesus ressuscitado para 'ter a vida' e difundir a alegria da Páscoa", concluiu Francisco.

Vatican News