domingo, 29 de maio de 2022

O Papa rezará o terço a Nossa Senhora Rainha da Paz

 
  Vista do Palácio Apostólico durante o Regina Coeli   (Vatican Media)  
 
"Jesus sobe ao Pai para interceder em nosso favor, para apresentar-lhe a nossa humanidade. Assim, diante dos olhos do Pai, há e haverá sempre, com a humanidade de Jesus, as nossas vidas, as nossas esperanças, as nossas feridas (...). Aprendamos isto: a oração de intercessão, interceder pelas esperanças e sofrimentos do mundo, interceder pela paz. E abençoemos com o olhar e com as palavras aqueles a quem encontramos todos os dias!"
 

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

“Ao subir ao Céu, em vez de ficar perto de poucos com o seu corpo, Jesus faz-se próximo de todos com o seu Espírito. O Espírito Santo torna Jesus presente em nós, para além das barreiras do tempo e do espaço, para nos tornar suas testemunhas no mundo.”

Ascensão do Senhor ao Céu e Pentecostes, dois acontecimentos intimamente ligados cuja relação foi metodicamente explicada pelo Papa na sua alocução que precedeu a oração do Regina Coeli neste domingo, 29 de maio.

Dirigindo-se aos milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça de S. Pedro, Francisco começou por recordar  que a Ascensão, isto é, o retorno de Jesus ao Pai, após cumprida a sua missão terrena, é celebrada neste domingo em vários países.

Mas, como entender este acontecimento, qual o seu significado?, pergunta. Para responder – explicou – devemos concentrar-nos em duas ações que Jesus realiza antes de subir ao Céu: anuncia o dom do Espírito e depois abençoa os discípulos.

O anúncio do dom do Espírito: ao subir ao Céu, Jesus não abandona os seus discípulos

Ao dizer "eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu”, Jesus “está a falar do Espírito Santo, do Consolador, daquele que vos acompanhará, vos guiará, vos sustentará na missão, vos defenderá nas batalhas espirituais”, explicou ainda Francisco:

Compreendemos então uma coisa importante: Jesus não está a abandonar  os seus discípulos. Ele sobe ao Céu, mas não nos deixa sozinhos. Antes pelo contrário, precisamente ao subir ao Pai, assegura a efusão do Espírito Santo, do seu Espírito.

E a subida ao Céu para que o Paráclito pudesse vir, tornando assim Jesus presente e próximo, também é uma demonstração do seu amor por nós:

A sua presença não quer limitar a nossa liberdade. Pelo contrário, abre espaço para nós, porque o verdadeiro amor sempre gera uma proximidade que não sufoca, não é possessivo, é próximo mas não possessivo. Antes pelo contrário, o verdadeiro amor torna-nos protagonistas (...). Ao subir ao Céu, Jesus, em vez de ficar perto de poucos com o seu corpo, faz-se próximo de todos com o seu Espírito. O Espírito Santo torna Jesus presente em nós, para além das barreiras do tempo e do espaço, para nos tornar suas testemunhas no mundo.

Jesus, o grande sacerdote da nossa vida

Ao erguer as mãos e abençoar os apóstolos – a segunda ação – Jesus realiza um gesto sacerdotal:

Ao dizer-nos que Jesus é o grande sacerdote da nossa vida. Jesus sobe ao Pai para interceder em nosso favor, para apresentar-lhe a nossa humanidade. Assim, diante dos olhos do Pai, há as nossas feridas. Assim, ao fazer o seu "êxodo" para o Céu, Cristo "abre caminho", vai preparar-nos um lugar e, desde então, intercede por nós, para que sejamos sempre acompanhados e abençoados pelo Pai.

Aprender a interceder

O convite então do Papa nesta sua reflexão, é para pensarmos no dom do Espírito que recebemos de Jesus para sermos testemunhas do Evangelho:

Perguntemo-nos se realmente o somos; e também se somos capazes de amar os outros deixando-os livres e abrindo espaço para eles. E depois: sabemos ser intercessores pelos outros, isto é, sabemos rezar por eles e abençoar as uas vidas? Ou servimo-nos dos outros para o nossos próprios interesses? Aprendamos isto: a oração de intercessão, interceder pelas esperanças e sofrimentos do mundo, interceder pela paz. E abençoemos com o olhar e com as palavras aqueles a quem encontramos todos os dias!

E antes de rezar o Regina Coeli, o Papa convidou a rezarmos a Nossa Senhora, “a bem-aventurada entre as mulheres que, repleta do Espírito Santo,  reza sempre e intercede por nós.”

Em 31 de maio, unir as orações pela paz, pede o Papa

E o Papa voltou ao tema da paz também no final da recitação do Regina Coeli. Dirigindo-se aos fiéis na Praça de S. Pedro e àqueles de todo o mundo, convidou para a recitação do Rosário por ele conduzida, em conexão com numerosos Santuários do mundo em territórios de guerra, no dia 31 de maio, às 18h, horário italiano, na Basílica de Santa Maria Maior. Unindo assim as preces para obter o "dom que o mundo espera".

Francisco também relança o Dia Mundial das Comunicações celebrado neste domingo, cujo tema desta 56º  edição é a escuta: "saber ouvir, deixar que os outros falem tudo, sem interromper – acrescentou - e crescer nessa capacidade".

Outra efeméride recordada pelo Santo Padre é a 21ª edição do Dia Nacional dedicado à promoção da cultura do alívio. A pessoa doente - diz ele - é sempre mais importante do que a doença e mesmo quando não é possível curar, sempre se pode consolar e fazer com que as pessoas sintam proximidade.

Um longo aplauso então, como de costume, o Papa pediu para o novo beato, Padre Luigi Lenzini, sacerdote e mártir de Módena, morto in odium fidei em 1945 pela fúria cega do comunismo anticlerical. Na manhã de sábado a celebração na Catedral de Módena foi presidida pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. Num clima de ódio - disse - este sacerdote, mensageiro da verdade e da justiça, pode ajudar-nos a testemunhar o Evangelho com franqueza.

Vatican News

quarta-feira, 25 de maio de 2022

O Papa: vemos surgir guerras cada vez mais implacáveis contra pessoas indefesas

 
  O Papa Francisco durante a Audiência Geral  (Vatican Media)  
 
Na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, Francisco enfatizou que "com todo o nosso progresso e com todo o nosso bem-estar, tornamo-nos realmente uma "sociedade do cansaço". A ciência avança, é claro, e isto é um bem. Mas a sabedoria da vida é algo completamente diferente, e parece estar paralisada".
 

Vatican News

O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre a velhice na Audiência Geral, desta quarta-feira (25/05), realizada na Praça de S. Pedro, que teve como tema "Eclesiastes: a noite incerta do sentido e das coisas da vida".

O Livro de Coélet é "outra joia inserida na Bíblia". Surpreende o seu famoso refrão: "Tudo é vaidade", tudo é "neblina", "fumaça", "vazio". "É surpreendente encontrar estas expressões, que questionam o significado da existência, dentro da Sagrada Escritura", frisou o Papa.

Há esperança para o amor e a fé

Segundo o Papa, diante de uma realidade que em certos momentos parece "acabar no nada, o caminho da indiferença também pode-nos parecer o único remédio para uma dolorosa desilusão", fazendo surgir em nós perguntas como: "Será que os nossos esforços mudaram o mundo? Alguém talvez é capaz de fazer valer a diferença entre o justo e o injusto? Parece que tudo isto é inútil: porque fazer tanto esforço?"

É uma espécie de intuição negativa que pode surgir em qualquer estação da vida, mas não há dúvida de que a velhice torna quase inevitável o encontro com o desencanto. E assim a resistência da velhice aos efeitos desmoralizantes deste desencanto é decisiva: se os idosos, que já viram de tudo, conservam intacta a sua paixão pela justiça, então há esperança para o amor, e também para a fé. E para o mundo contemporâneo, a passagem por esta crise tornou-se crucial, uma crise salutar, porque uma cultura que presume medir tudo e manipular tudo também acaba a produzir uma desmoralização coletiva do sentido, do amor e do bem.

Ilusão da verdade sem justiça

Segundo Francisco, "para a nossa cultura moderna, que gostaria de entregar praticamente tudo ao conhecimento exato das coisas, o aparecimento desta nova razão cínica - que soma conhecimento e irresponsabilidade - é uma reação muito dura. De facto, o conhecimento que nos isenta da moralidade parece ser, em princípio, uma fonte de liberdade, de energia, mas logo se transforma numa paralisia da alma".

Com a sua ironia, o Eclesiastes "desmascara esta tentação fatal de uma omnipotência do saber – um "delírio de omnisciência" - que gera uma impotência da vontade. Os monges da mais antiga tradição cristã tinham identificado com precisão esta doença da alma, que de repente descobre a vaidade do conhecimento sem fé e sem moral, a ilusão da verdade sem justiça. Eles chamavam-na de 'acídia'. Esta é uma das tentações de todos, e também dos idosos, mas pertence a todos. Não se trata simplesmente de preguiça. Não se trata simplesmente de depressão. Ao contrário, é a rendição ao conhecimento do mundo sem mais paixão pela justiça e pela ação consequente".

Somos uma sociedade do cansaço

Segundo o Papa, "o vazio de sentido e de forças aberto por este saber, que rejeita toda responsabilidade ética e todo afeto pelo bem real, não é inofensivo. Ele não apenas tira as forças da vontade para o bem, mas abre a porta para a agressividade das forças do mal. São as forças de uma razão enlouquecida, que se tornou cínica por um excesso de ideologia".

Na verdade, com todo o nosso progresso e com todo o nosso bem-estar, tornamo-nos realmente uma "sociedade do cansaço". Pensem um pouco nisto: somos uma sociedade do cansaço. Devíamos produzir bem-estar generalizado e toleramos um mercado cientificamente seletivo da saúde. Devíamos colocar um limite intransponível à paz, e vemos surgir guerras cada vez mais implacáveis contra pessoas indefesas. A ciência avança, é claro, e isto é um bem. Mas a sabedoria da vida é algo completamente diferente, e parece estar paralisada.

Bruxaria com uma certa cultura

De acordo com Francisco, esse tipo de razão "irresponsável tira o sentido e energias também do conhecimento da verdade. Não é por acaso que a nossa época seja a das fake news, superstições coletivas e verdades pseudocientíficas. É curioso: nesta cultura do saber, de conhecer todas as coisas, até mesmo da precisão do conhecimento, difundiram-se muitas bruxarias, mas bruxarias cultas. É bruxaria com uma certa cultura, mas que leva-te a uma vida de superstição: por um lado, para ir adiante com inteligência no conhecimento das coisas até às raízes; por outro lado, a alma que precisa de outra coisa e toma o caminho das superstições e acaba nas bruxarias".

Segundo o Papa, "a velhice pode aprender da sabedoria irónica de Coélet a arte de levar à luz o engano escondido no delírio de uma verdade da mente desprovida de afetos pela justiça. Os idosos ricos em sabedoria e humorismo fazem muito bem aos jovens! Eles salvam-nos da tentação de um conhecimento do mundo triste e desprovido da sabedoria da vida". "Coragem, todos nós idosos: coragem e adiante! Temos uma missão muito grande no mundo. Mas, por favor, não procurem refúgio neste idealismo um pouco não concreto, não real, sem raízes – digamos claramente: nas bruxarias da vida", concluiu.

Vatican News

domingo, 22 de maio de 2022

Papa: "Não se pode dar a paz se não se está em paz"

 
 
"A paz de Jesus vem do seu coração manso, habitado pela confiança e daqui flui a paz que nos deixou: não se pode deixar a paz aos outros se não a temos em nós mesmos. Não se pode dar a paz se não estamos em paz". São palavras do Papa Francisco na oração do Regina Caeli deste VI Domingo de Páscoa na Praça São Pedro
 

Jane Nogara - Vatican News

Na oração do Regina Caeli deste domingo, 22 de maio, VI Domingo de Páscoa, o Papa Francisco falou sobre a paz com as palavras de Jesus, recordando as palavras ditas pelo mestre na Última Ceia. Embora Jesus soubesse tudo o que aconteceria, estava sereno, e disse ao despedir-se dos discípulos: “Deixo-vos a paz" e "Dou-vos a minha paz" (Jo 14, 27).

Morre-se como se viveu

Francisco refletiu sobre estas palavras destacando que Jesus “em vez de mostrar agitação, permaneceu gentil até ao final. Um provérbio diz que morre-se como se viveu. As últimas horas de Jesus são, de facto, como a essência de toda a sua vida. Ele sente medo e dor, mas não dá espaço para ressentimentos e protestos”. Explica que a paz de Jesus vem do seu coração manso, habitado pela confiança e daqui flui a paz que Jesus nos deixou, concluindo:

“Pois não se pode deixar a paz para os outros se não a temos em nós mesmos. Não se pode dar a paz se não estamos em paz”

A mansidão é possível

Francisco diz ainda que este gesto demonstra que a mansidão é possível e que Ele a encarnou no momento mais difícil e quer que nos comportemos assim.

Isto é testemunhar Jesus e vale mais do que mil palavras e muitos sermões. Perguntemo-nos se, nos lugares onde vivemos, nós discípulos de Jesus comportamo-nos assim: aliviamos as tensões, extinguimos os conflitos? Estamos também nós em atrito com alguém, sempre prontos para reagir, para explodir, ou sabemos como responder com a não-violência, com palavras e gestos mansos?”.

E o Papa pondera ainda “É claro que esta mansidão não é fácil: como é difícil, a todos os níveis, acabar com os conflitos!”. Porém, segue Francisco, neste ponto vem em nosso auxílio a segunda frase de Jesus: ‘Dou-vos a minha paz’. Ele sabe que sozinhos não somos capazes de manter a paz, que precisamos de ajuda, um dom”.

Dom de Deus, ajuda para a paz

Explicando seguidamente que a paz, que é nosso compromisso, é, antes de tudo, um dom de Deus.

“De facto, Jesus diz: ‘Eu dou-vos a minha paz. Não como o mundo dá, eu a dou’. Que paz é essa que o mundo não conhece e que o Senhor nos dá? É o Espírito Santo, o mesmo Espírito de Jesus. É a presença de Deus em nós, é a ‘força da paz’ de Deus”

Francisco acrescenta sobre este ponto:

É Ele, o Espírito Santo, quem desarma o coração e o enche de serenidade. É Ele, o Espírito Santo, quem derrete a rigidez e extingue as tentações de agredir os outros. É Ele, o Espírito Santo, quem nos lembra que ao nosso lado há irmãos e irmãs, não obstáculos e adversários. É Ele, o Espírito Santo, quem nos dá a força para perdoar, para recomeçar, porque com as nossas forças não podemos. E é com Ele, com o Espírito Santo, que nos tornamos homens e mulheres de paz”.

Por fim recorda que nenhum fracasso, nenhum rancor deve desencorajar-nos de pedir com insistência o dom do Espírito Santo, porque “quanto mais agitado está o nosso coração, quanto mais sentirmos dentro de nós nervosismo, impaciência, raiva, mais devemos pedir ao Senhor o Espírito de paz. Aprendamos a dizer todos os dias: 'Senhor, dá-me a tua paz, dá-me o Espírito Santo'".

Vatican News

quarta-feira, 18 de maio de 2022

O Papa: a vítima tem o direito de protestar, diante do mistério do mal

 
 
"Em certos momentos da história, estes acúmulos de fardos parecem chegar todos juntos. Isto foi o que aconteceu nos últimos anos com a pandemia da Covid-19 e o que está a a acontecer agora com a guerra na Ucrânia", disse Francisco na catequese da Audiência Geral.
 

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre a velhice, na Audiência Geral desta quarta-feira (18/05), realizada na Praça de S.Pedro, que teve como tema "Jó. A provação da fé, a bênção da espera".

Jó "não aceita uma “caricatura” de Deus, mas grita o seu protesto perante o mal, até que Deus responda e revele o seu rosto. Deus por fim responde, como sempre de um modo surpreendente: mostra a Jó a sua glória, mas sem o esmagar, pelo contrário, com soberana ternura".

"Jó que perde tudo na vida, perde a riqueza, perde a sua família, perdeo u filho perde a saúde e permanece ali, ferido", em diálogo com os seus amigos. "Quando Deus finalmente toma a palavra, Jó é elogiado porque compreendeu o mistério da ternura de Deus escondida por trás do seu silêncio. Deus repreende os amigos de Jó que presumiam saber tudo, sobre Deus e sobre a dor, e, vindos para consolar Jó, acabaram por julgá-lo com os seus esquemas preconcebidos. Deus nos preserve deste hipócrita e presunçoso pietismo! Que Deus nos preserve da religiosidade moralista e da religiosidade de preceitos que nos dá uma certa presunção e nos leva ao farisaísmo e à hipocrisia", disse o Papa.

Pessoas esmagadas por uma soma de males

Segundo Francisco, "o ponto de viragem da conversão da fé ocorre no ápice do desabafo de Jó, onde ele diz: «Eu sei que o meu redentor está vivo e que no fim se levantará acima do pó. Mesmo com a pele aos pedaços e em carne viva, eu verei Deus. Eu mesmo o verei, e não outro; eu o verei com os meus próprios olhos». Podemos interpretá-lo assim: "Meu Deus, eu sei que não és o Perseguidor. O meu Deus virá e me fará justiça." É a fé simples na ressurreição de Deus, a fé simples em Jesus Cristo, a fé simples que o Senhor sempre nos espera e virá".

 

 

A parábola no livro de Jó representa de forma dramática e exemplar o que na realidade acontece na vida. Ou seja, que sobre uma pessoa, uma família ou um povo recaem provações demasiado pesadas, desproporcionais em relação à pequenez e à fragilidade humana. Na vida frequentemente, como se costuma dizer, “chove no molhado”. E algumas pessoas são esmagadas por uma soma de males que parece verdadeiramente excessiva e injusta.

Direito da vítima de protestar

"Todos nós conhecemos pessoas assim. Ficamos impressionados com o seu grito, mas também muitas vezes nos admiramos com a firmeza da sua fé e amor", disse Francisco, acrescentando:

Penso nos pais de crianças com deficiências graves. Vocês já pensaram nos pais de crianças com deficiências graves? A vida inteira! Penso também naqueles que vivem com uma enfermidade permanente ou no familiar que está ao lado. Situações muitas vezes agravadas pela escassez de recursos económicos.

“Em certos momentos da história, estes acúmulos de fardos parecem chegar todos juntos. Isto foi o que aconteceu nos últimos anos com a pandemia da Covid-19 e o que está acontecendo agora com a guerra na Ucrânia.”

"Podemos justificar estes “excessos” como uma racionalidade superior da natureza e da história? Podemos abençoá-los religiosamente como uma resposta justificada à culpa das vítimas, que os mereceram? Não podemos. Existe uma espécie de direito da vítima de protestar, diante do mistério do mal, um direito que Deus concede a todos, afinal é Ele próprio que inspira", disse ainda o Papa.

Enfrentar o excesso do mal

Por fim, o Papa disse que "os idosos viram muitas coisas na vida! E também viram a inconsistência das promessas dos homens. Homens de leis, homens de ciência, também homens de religião, que confundem o perseguidor com a vítima, imputando a esta toda a responsabilidade pela sua dor".

Os idosos que "convertem o ressentimento pela perda na tenacidade pela expectativa da promessa de Deus, são uma defesa insubstituível para a comunidade enfrentar o excesso do mal".

O Papa convidou a olhar para os idosos, para as idosas com amor, os idosos que sofreram muito na vida, aprenderam muito também na vida e no final possuem aquela paz, disse o Papa, "quase mística, ou seja, a paz do encontro com Deus", concluiu.

Vatican News

segunda-feira, 16 de maio de 2022

Missa e Procissão de velas

 

 

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