quarta-feira, 15 de maio de 2024

Audiência Geral: ao entardecer da vida seremos julgados pela caridade

 
 
Na Audiência Geral desta quarta-feira (15/05), Francisco refletiu sobre a virtude da caridade. “Há um amor maior, que vem de Deus e a Ele se dirige, que nos torna capazes de amá-Lo, de sermos Seus amigos, e que nos permite amar o próximo como Deus o ama”, sublinhou o Papa. 
 

Thulio Fonseca – Vatican News

O Papa Francisco dedicou a reflexão da catequese desta quarta-feira (15/05), sobre a terceira virtude teologal, a caridade. Aos milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, o Pontífice recordou que esta virtude “é o culminar de todo o caminho que empreendemos com a catequese das virtudes”.

"Pensar na caridade expande imediatamente o coração, e a mente corre para as palavras inspiradas de São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios. Concluindo aquele estupendo hino, o Apóstolo cita a tríade das virtudes teologais e exclama: “Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade – as três. Porém, a maior delas é a caridade” (1Cor 13,13)."

O amor está na boca de muitos

Francisco recorda que o apóstolo Paulo dirige estas palavras a uma comunidade que estava longe de ser perfeita no amor fraterno: os cristãos de Corinto eram bastante briguentos, havia divisões internas, há aqueles que afirmam ter sempre razão e não ouvem os outros, considerando-os inferiores. Paulo lembra a essas pessoas que a ciência incha, enquanto a caridade constrói.

“Provavelmente todos estavam convencidos de que eram boas pessoas e, se questionados sobre o amor, teriam respondido que o amor era certamente um valor importante para eles, assim como a amizade e a família. Ainda hoje, o amor está na boca de muitos “influenciadores” e nos refrões de muitas músicas, mas de facto, o que é o verdadeiro amor?”

Antes da catequese, a tradicional saudação do Papa aos fiéis

A caridade tem a sua origem em Deus

Segundo o Papa, como em Corinto, também entre nós hoje, há confusão sobre o amor e por vezes não vemos nenhum vestígio da virtude teologal, aquela que vem até nós somente de Deus: “com palavras todos garantem que são boas pessoas, que amam a família e os amigos, mas na realidade sabem muito pouco do amor de Deus”, e completou:

“A caridade é o amor que desce, não aquele que sobe; é o amor que doa, não o que toma; é o amor que se esconde, e não o que procura aparecer. A caridade é, enfim, a maior forma de amor, que tem a sua origem em Deus e a Ele se dirige, que nos torna capazes de amá-Lo, de sermos Seus amigos, e que nos permite amar o próximo como Deus nos ama.”

Amar o que não é amável

Por fim, o Pontífice sublinhou que “este amor, ou seja, a caridade por causa de Cristo, leva-nos para onde humanamente não iríamos: ao amor pelo pobre, por aquilo que não é amável, por quem não nos quer bem e até mesmo pelo inimigo. Isto é "teologal", ou seja, vem de Deus, é obra do Espírito Santo em nós.

“É um amor tão ousado que parece quase impossível, e mesmo assim é a única coisa que restará de nós. É a 'porta estreita' pela qual passar para entrar no Reino de Deus.”

“Ao entardecer da nossa vida não seremos julgados sobre o amor de forma genérica, mas sobre a caridade que praticamos, ou seja, o amor que realizamos de modo concreto”, concluiu o Papa Francisco.

Vatican News

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Pocissão de velas

 


Papa: o mundo necessita de esperança! A morte jamais será vitoriosa


 
Dando prosseguimento ao ciclo de catequeses sobre vícios e virtudes, Francisco falou sobre a esperança, virtude que não emana de nós, mas é um dom que vem diretamente de Deus.

 

Vatican News

A esperança foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira (08/05), realizada na Praça de São Pedro.

Esta virtude teologal é a resposta às perguntas sobre o último sentido do homem. Se o caminho da vida não tem sentido, se no início e no fim há nada, então interroguemo-nos por que razão deveríamos caminhar: é aqui que surge o desespero do homem, o sentimento da inutilidade de tudo, explicou o Pontífice. Se faltar esperança, todas as outras virtudes correm o risco de desmoronar e acabar em cinzas.

Já o cristão tem esperança não por mérito próprio. Se ele acredita no futuro é porque Cristo morreu e ressuscitou e deu-nos o seu Espírito. Neste sentido, se diz que a esperança é uma virtude teologal, pois não emana de nós, mas é um dom que vem diretamente de Deus.

“Se acreditamos na ressurreição de Cristo, então sabemos com certeza que nenhuma derrota e nenhuma morte duram para sempre.”

Todavia, a esperança é uma virtude contra a qual muitas vezes se peca, quando, por exemplo, se desanima diante dos próprios pecados, esquecendo que Deus é misericordioso e maior que o nosso coração. “Deus perdoa tudo e sempre, recordou Francisco”. “Peca-se contra a esperança quando o outono apaga a primavera dentro de nós.”

O mundo necessita de esperança

Para Francisco, o mundo de hoje tem grande necessidade desta virtude cristã: "O mundo necessita de esperança". Tanto quanto precisa de paciência, virtude que caminha em estreito contacto com a esperança. “Os homens pacientes são tecelões do bem”, afirmou. Desejam obstinadamente a paz e, mesmo que alguns tenham pressa e queiram imediatamente tudo, a paciência tem a capacidade da espera.

E ainda, a esperança é a virtude de quem tem o coração jovem; e a idade não importa aqui. Porque também há idosos com os olhos cheios de luz, que vivem uma tensão permanente em relação ao futuro. O Pontífice então concluiu:

“Irmãos e irmãs, vamos em frente e peçamos a graça de ter esperança, a esperança com a paciência. Olhar sempre para aquele encontro definitivo; olhar sempre para o Senhor, que está sempre próximo de nós. E que jamais, jamais a morte será vitoriosa. Vamos em frente e peçamos ao Senhor que nos dê esta grande virtude da esperança, acompanhada da paciência.”

Vatican News

sábado, 4 de maio de 2024

Reflexão para o VI Domingo da Páscoa

 

Evangelho do domingo
 
Mais uma vez o Senhor mostra a liberdade de Deus ao dizer que foi ele quem nos escolheu. E escolheu-nos para que fizéssemos o bem e fossemos eternamente felizes.
 

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

“Perdão e caridade: sinais concretos dos filhos de Deus”

A primeira leitura deste domingo fala-nos da presença de Pedro e de outros cristãos na casa de Cornélio, um pagão que o convidara para estar com a sua família e amigos.

Quando Pedro, ainda um pouco sem jeito começou a evangelizá-los, o Espírito de Deus desceu sobre os pagãos e eles começaram a ter atitudes próprias dos cristãos louvando e bendizendo a Deus.

Pedro percebeu que o dom do Espírito precedeu o batismo e resolveu batizá-los imediatamente.

Esst facto deve servir para nós como uma advertência de que Deus é Pai de todos os homens e não se restringe aos batizados. Ao contrário, o querer ser batizado é responder positivamente ao apelo de Deus. Portanto devemos ter um coração acolhedor que receba todas as pessoas de boa vontade. Não sabemos o que Deus está a preparar para eles e nem para nós.

Aliás, o Evangelho de hoje conduz-nos a uma atitude muito social. Jesus fala do amor ao outro e o fala dirigindo-se não a uma pessoa, mas à Comunidade. É o próprio Cristo que morreu por todos nós, que nos ensinou a rezar o Pai-Nosso e não o Meu-Pai que durante todo o seu discurso dirige-se a nós como Comunidade.

Quando nos dirigirmos ao Pai, será ao Pai de Jesus e de todos os cristãos. Ele quer que os seus filhos vivam sempre como irmãos.

Mais uma vez  o Senhor mostra a liberdade de Deus ao dizer que foi ele quem nos escolheu. E escolheu-nos para que fizéssemos o bem e fossemos eternamente felizes.

A segunda leitura, a 1ª Carta de João, encerra essa verdade ao dizer que “não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos amou e nos enviou o seu Filho Jesus”.

Queridos irmãos, amemos os nossos irmãos porque é isso que Deus quer. Que o amor esteja acima de qualquer ofensa, agressão. Que o perdão e a caridade sejam os sinais expressivos de que somos filhos do Pai. Numa comunidade de amor não deveria haver pessoas excluídas e pessoas carentes, mas pessoas que se amam, que se socorrem, que se perdoam, porque estão cheias de Deus, ungidas por Seu Espírito Santo.

Vatican News

domingo, 14 de abril de 2024

Francisco: chega de guerra, chega de ataques, chega de violência

 

No final do Regina Caeli, Francisco expressa tristeza e preocupação com os ataques do Irão a Israel e pede que parem com qualquer ação que possa levar o Médio Oriente a um conflito bélico maior. O pontífice voltou a propor a solução de dois Estados: "Todas as nações devem tomar o partido da paz e ajudarem os israelitas e palestinos a viverem em dois Estados, em segurança. Este é o desejo e o direito deles".
 

Vatican News

A voz do Papa ressoa no meio da tensão internacional por causa da escalada do conflito no Médio Oriente, após o ataque de Teerão a Israel na noite passada com centenas de drones e mísseis. Francisco, da janela do Palácio Apostólico, no final do Regina Caeli, relança um apelo sincero pela paz e pela "negociação, com determinação".

“Chega de guerra, chega de ataques, chega de violência! Sim ao diálogo e à paz.”

Não a um conflito bélico ainda maior

Diante dos milhares de fiéis na Praça de São Pedro, após a oração mariana, o Papa expressou a sua "preocupação" e "tristeza" pessoal pelas notícias que chegaram nas últimas horas sobre o "agravamento" da situação em Israel, "devido à intervenção do Irão". Seguidamente, dirigindo-se aos responsáveis por essa situação, pediu:

"Faço um premente apelo para que cesse qualquer ação que possa alimentar uma espiral de violência, com o risco de levar o Médio Orient a um conflito bélico ainda maior."

Dois Estados, lado a lado, em segurança

Em seguida, Francisco renovou o seu apelo por uma solução de "dois Estados" para Israel e Palestina, que a Santa Sé apoiou sempre. "Ninguém deve ameaçar a existência de outros, todas as nações devem tomar o partido da paz e ajudar os israelitas e palestinos a viverem em dois Estados, lado a lado, em segurança", e completou: "Este é o desejo profundo e legítimo deles, e é um direito que lhes assiste. Dois Estados vizinhos".

Cessar fogo em Gaza

Ao voltar o seu olhar para a Faixa de Gaza, onde o Ministério da Saúde, liderado pelo Hamas, anunciou recentemente um novo número de mortos de mais de 33.700 desde 7 de outubro, o Pontífice reforçou seu apelo:

"É preciso chegar rapidamente a um cessar-fogo em Gaza, os caminhos da negociação devem ser seguidos. Uma negociação com determinação, para ajudar essa população imersa numa catástrofe humanitária."

Liberdade para os reféns israelitas

Francisco, como tem feito desde o início do conflito, renova o seu pedido de libertação "imediata" dos reféns israelitas sequestrados há seis meses nas mãos do Hamas.

Por fim, o Papa fez um apelo a todos os fiéis, pedindo-lhes que nunca deixem de suplicar a Deus: "Quanto sofrimento! Rezemos pela paz".

Vatican News

Papa no Regina Caeli: compartilhemos a mais bela notícia, o encontro com Jesus

 

 
Durante a oração mariana deste III Domingo de Páscoa, Francisco refletiu sobre a importância de compartilhar a fé. O Pontífice enfatizou que "se fizermos isso, Jesus, assim como fez com os discípulos, surpreender-nos-á e tornará ainda mais bonitos os nossos encontros e os nossos ambientes".
 

Thulio Fonseca – Vatican News

O Papa rezou, neste domingo, 14 de abril, com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, na oração mariana do Regina Caeli. Na sua alocução, o Santo Padre sublinhou que neste III Domingo de Páscoa, o Evangelho narra o episódio em que os apóstolos estão reunidos no cenáculo, quando os dois discípulos voltam de Emaús e contam o seu encontro com Jesus.

Francisco, ao refletir sobre a importância de compartilhar a fé, recordou que no episódio bíblico, enquanto os discípulos expressam a alegria da sua experiência, o Ressuscitado aparece para toda a comunidade: "Jesus chega exatamente quando eles estão a compartilhar a história do seu encontro com Ele".

Compartilhar boas notícias

"Todos os dias somos bombardeados por milhares de mensagens", enfatizou o Pontífice, "muitas são superficiais e inúteis ou, pior ainda, nascem de mexericos e malícia, são notícias que fazem mal". No entanto, também existem notícias boas, positivas e construtivas, completou o Papa, e todos nós sabemos o quanto é reconfortante ouvi-las. Entretanto, há algo sobre o qual enfrentamos dificuldade em falar: "do facto o mais bonito que temos para contar: o nosso encontro com Jesus":

"Cada um de nós poderia dizer muito a respeito: não para ensinar aos outros, mas para compartilhar os momentos únicos em que percebemos o Senhor vivo e próximo, que concendeu aos nossos corações a alegria ou enxugou as lágrimas, que transmitiu confiança e consolo, força e entusiasmo, ou perdão, ternura. Estes encontros que cada um de nós teve com Jesus, devemos compartilhá-los e transmiti-los."

Jesus presente nos nossos encontros e ambientes

Francisco ressaltou a importância de dividir com a família, na comunidade e com os amigos os momentos de encontro com o Senhor:

"É bom falar das boas inspirações que nos orientaram na vida, dos pensamentos e sentimentos bons que nos ajudam muito a seguir em frente, também dos esforços e dificuldades que enfrentamos para entender e progredir na vivência da fé, talvez até para nos arrependermos e voltarmos atrás. Se fizermos isto, Jesus, assim como fez com os discípulos de Emaús na noite de Páscoa, surpreender-nos-á e tornará ainda mais bonitos os nossos encontros e os nossos ambientes."

Dividir experiências de fé

Por fim, o Santo Padre convidou os fiéis a relembrarem um momento marcante na sua vida de fé, um encontro decisivo com Jesus, e completou a reflexão com algumas perguntas: "Quando foi que eu encontrei o Senhor? Quando foi que o Senhor se aproximou de mim? E nesse encontro, eu compartilhei-o para dar glória ao Senhor? E também, eu escuto os outros quando falam sobre o seu encontro com Jesus?"

"Que Nossa Senhora nos ajude a compartilhar a fé para tornar as nossas comunidades cada vez mais lugares de encontro com o Senhor", concluiu o Papa.
 
Vatican News

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Apelos do Papa pela Ucrânia, Terra Santa, Mianmar e proximidade ao Cazaquistão

 

Palestinianos passam por prédios destruídos em Khan Yunis, depois de Israel retirar as suas forças terrestres do sul da Faixa de Gaza (AFP)

Na audiência geral desta quarta-feira (10), na Praça de São Pedro, um enésimo apelo de Francisco a favor da paz na Ucrânia, Palestina, Israel, Mianmar e em todas as partes do mundo onde se vive o flagelo da guerra. Proximidade espiritual também ao Cazaquistão, que sofre estes dias com inundações que afetaram várias regiões do país asiático
 

Raimundo de Lima – Vatican News

Nas saudações do Pontífice na audiência geral desta quarta-feira, 10 de abril, realizada na Praça de São Pedro, mais uma vez o pensamento do Santo Padre voltou-se para onde se vive o flagelo da guerra, derrota da humanidade. A guerra está em toda a parte, disse Francisco. Em suas palavras, uma menção particular à Ucrânia, Palestina, Israel e Mianmar.

Meus pensamentos vão para a atormentada Ucrânia, Palestina e Israel. Que o Senhor nos dê paz. A guerra está em toda parte! Não nos esqueçamos de Mianmar. Peçamos ao Senhor pela paz e não nos esqueçamos desses nossos irmãos e irmãs que sofrem tanto nesses locais de guerra. Oremos juntos e sempre pela paz.

Proximidade espiritual ao Cazaquistão

Na saudação aos de língua inglesa, o Papa manifestou a sua proximidade espiritual ao povo do Cazaquistão, que sofre estes dias com inundações que afetaram várias regiões do país da Ásia Central, ressaltando, neste tempo pascal, que mesmo em tempos de dificuldade, devemo-nos lembrar da alegria do Cristo ressuscitado.

Ademais, desejo transmitir ao povo do Cazaquistão a minha proximidade espiritual neste momento em que grandes inundações atingiram muitas regiões do país e causaram a evacuação de milhares de pessoas das suas casas.  Convido todos a orar por todos aqueles que estão a sofrer os efeitos desse desastre natural.  Mesmo em tempos de dificuldade, lembremo-nos da alegria do Cristo ressuscitado.

Vatican News