Silvonei José – Vatican News
“O verdadeiro amigo é exigente, sugere como mudar e fá-lo sem julgar ou infundir desconfiança”: foi o que recordou neste domingo (14/05) o Papa Francisco na sua alocução que precedeu a oração do Regina Caeli com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro. O modelo é o do Espírito Santo, advogado e consolador, "porque é um verdadeiro amigo, fiel, que não esconde nada, que sugere o que mudar e como crescer. Mas, quando nos corrige, nunca nos humilha e nunca infunde desconfiança; pelo contrário, transmite-nos a certeza de que com Deus podemos conseguir, sempre. Esta é a sua proximidade."
O Evangelho deste sexto domingo da Páscoa, - disse Francisco - fala-nos do Espírito Santo, que Jesus chama de Paráclito. Paráclito é uma palavra grega que significa ao mesmo tempo consolador e advogado.
“Ou seja, o Espírito Santo não nos deixa sozinhos, ele está ao nosso lado, como um advogado que ajuda o acusado ficando ao seu lado. E e sugere-nos como nos defendermos diante daqueles que nos acusam".
Falando da sua proximidade o Espírito Santo, diz Jesus, "permanece junto de vós e está em vós".
“O Espírito Santo quer estar connosco: não é um hóspede de passagem que vem fazer-nos uma visita de cortesia. Ele é um companheiro de vida, uma presença estável, é Espírito e deseja habitar no nosso espírito. Ele é paciente e está connosco mesmo quando caímos. Permanece porque realmente nos ama: não finge que nos ama para depois deixar-nos sozinhos nas dificuldades".
Ao contrário, - continuou Francisco -, se nos encontrarmos em provação, o Espírito Santo consola-nos, trazendo-nos o perdão e a força de Deus. E quando ele nos confronta com os nossos erros e corrige-nos, fá-lo com gentileza: na sua voz que fala ao coração há sempre o timbre da ternura e o calor do amor.
Fiéis na Praça São Pedro
Francisco disse que o segundo aspeto do Espírito Santo é ser nosso advogado, defende-nos diante daqueles que nos acusam: “diante de nós mesmos, quando não nos amamos e não nos perdoamos, chegando ao ponto de dizermos a nós mesmos que somos fracassados e que não servimos para nada; diante do mundo, que descarta aqueles que não correspondem aos seus esquemas e modelos; diante do diabo, que é por excelência o "acusador" e o divisor e faz de tudo para que nos sintamos incapazes e infelizes”.
Diante de todos estes pensamentos acusadores, o Espírito Santo suger-nos como devemos responder. De que maneira? Perguntou o Papa.
O Paráclito, diz Jesus, é Aquele que "nos recorda tudo o que Jesus nos disse". Ele recorda-nos, portanto, as palavras do Evangelho e, assim, permite-nos responder ao diabo acusador não com palavras nossas, mas com as palavras do próprio Senhor.
“Se invocarmos o Espírito, aprenderemos a acolher e recordar a realidade mais importante da vida, que nos protege das acusações do mal: somos filhos amados de Deus”.
Na conclusão das suas palavras Francisco pediu que nos interrogemos hoje: invocamos o Espírito Santo, rezamos a Ele com frequência? Não nos esqueçamos d’Ele, que está perto de nós, ou melhor, dentro de nós! E depois, ouvimos a sua voz, tanto quando nos encoraja, como quando nos corrige? Respondemos com as palavras de Jesus às acusações do mal, aos "tribunais" da vida? Lembramo-nos de que somos filhos amados de Deus? Que Maria nos torne dóceis à voz do Espírito Santo e sensíveis à sua presença.
Vatican News
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