sexta-feira, 28 de maio de 2021

700 anos das Festas do Espírito Santo - A “marca identitária” de Alenquer

 

 

O Cardeal-Patriarca de Lisboa destacou a adesão “total, entusiástica e concreta” do padre José Eduardo Martins para a restauração das Festas do Império do Divino Espírito Santo de Alenquer. Na homenagem ao sacerdote, nas comemorações dos 700 anos destas festas, D. Manuel Clemente sublinhou que “as Festas do Espírito Santo são hoje tão urgentes como foram quando nasceram”.

“Desde o primeiro momento, a adesão do padre José Eduardo [para o restauro das Festas do Espírito Santo de Alenquer] foi total e foi entusiástica. Não só foi total e entusiástica, como foi concreta. E depois, com bons amigos de Alenquer, o padre José Eduardo lançou-se para a frente e felizmente, com um grande apoio da Câmara Municipal – que também encontrou aqui uma marca identitária de Alenquer muito forte, como aliás tem sido reconhecido –, conseguiu-se restaurar esta tradição das Festas do Espírito Santo de Alenquer”. Foi este o tom da intervenção do Cardeal-Patriarca de Lisboa na sessão de homenagem póstuma ao padre José Eduardo Martins – pároco de Alenquer durante 36 anos, que faleceu em 2012 –, por ocasião dos 700 anos das Festas do Espírito Santo de Alenquer.
Na Igreja de São Francisco, em Alenquer, na tarde do passado dia 22 de maio, D. Manuel Clemente referiu-se ao padre José Eduardo Martins como “um bom amigo” e assumiu que a restauração das Festas do Espírito Santo de Alenquer era “um sonho” de ambos. “Sem o padre José Eduardo, com aqueles que depois se juntaram, e a Câmara Municipal, com certeza, nós não teríamos esta ressurreição das Festas do Espírito Santo em Alenquer, como felizmente aconteceu”, manifestou. “É muito significativo, não apenas para recordar o passado, mas para criar um melhor futuro. Porque é exatamente a isso – criar um melhor futuro – que se liga a tradição das Festas do Espírito Santo. Elas aparecem numa altura que tem alguma semelhança com a nossa, ou seja, de uma profunda mudança de época e de civilização, aqui no nosso continente europeu”, acrescentou.

“Tudo começou daqui”
As Festas do Império do Divino Espírito Santo foram instituídas em Alenquer pela Rainha Santa Isabel e pelo seu marido, o Rei D. Dinis, em 1321. Em 1945, após cerca de 150 anos de interrupção, as festas realizaram-se por uma única vez, até ao seu recente restauro, em 2007. O incentivo, junto do então pároco de Alenquer, partiu de D. Manuel Clemente, então Bispo Auxiliar de Lisboa, quando assumiu o acompanhamento pastoral da região.
Homem da História, o Cardeal-Patriarca de Lisboa referiu, nesta sessão, que estas festas que começaram em Alenquer “ganharam uma enorme expansão”. “Sobretudo do século XIV para o século XV, princípio do século XVI, ganharam uma grande expansão, por todo o lado onde, especialmente, os portugueses chegassem. Aqui, no continente, um pouco por todo lado, mas também, depois, nas ilhas atlânticas, no Brasil, na diáspora portuguesa por esse mundo além, em especial desde o século XIX para os nossos dias. É uma festa que está também muito ligada à diáspora açoriana, mas tudo começou daqui”, lembrou. 
Para D. Manuel Clemente, a atualidade destas festas mantém-se a mesma. “As festas do Espírito Santo são algo que hoje é tão urgente como foi quando nasceu, há séculos atrás, naquele final da Idade Média, em que havia um mundo novo a aparecer, grandes contradições a resolver e em que a devoção do Espírito Santo como dom pascal de Cristo para criar um mundo fraterno sobressaiu tanto e encontrou maneiras, naquela altura, com as possibilidades tão escassas que havia de se concretizar”, frisou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, sublinhando ser “com muito gosto pessoal, eclesial e cultural” que se associa a esta iniciativa de homenagem ao padre José Eduardo Martins, nos 700 anos das Festas do Espírito Santo de Alenquer. “Vejo, com muito gosto, que aqui, em Alenquer, tudo resultou. Mas tudo resultou, além das colaborações que suscitou, e isto tem sobretudo um nome, uma figura e um coração, que se chama padre José Eduardo Martins”, terminou D. Manuel Clemente.

  • Leia a reportagem completa na edição do dia 30 de maio do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.

 Patriarcado de Lisboa

Sem comentários:

Enviar um comentário