sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Congresso Eucarístico Internacional, na Hungria - “A Eucaristia é fonte de unidade”

 

Isabel Alçada Cardoso foi uma das delegadas de Lisboa no 52.º Congresso Eucarístico Internacional, que decorreu de 5 a 12 de setembro, em Budapeste, e ao Jornal VOZ DA VERDADE resume os dias em terras húngaras, deixando a certeza de que “a Eucaristia une, é fonte de unidade”. “Como diziam os oradores, a Eucaristia é esta fonte de vida, fonte de missão”, frisa.

Estudiosa do cristianismo antigo, Isabel Alçada Cardoso participou pela primeira vez num Congresso Eucarístico Internacional (CEI) e não podia estar mais satisfeita com os dias vividos em Budapeste, Hungria. “Não só do ponto de vista formativo, como do ponto de vista espiritual, percebemos durante o congresso que a Eucaristia une, é fonte de unidade. Há esta comunhão na diversidade, e que, de alguma forma, a Eucaristia une, tem a mesma linguagem, é com o mesmo espírito, os mesmos gestos, portanto, é esta fonte de unidade. Como diziam os oradores, a Eucaristia é esta fonte de vida, fonte de missão. Isto, para mim, foi totalmente evidente”, partilha esta leiga, ao Jornal VOZ DA VERDADE.
De regresso ao nosso país, Isabel diz mesmo que se sentiu “muito provocada” neste congresso. “Mesmo com os testemunhos face à pandemia e às dificuldades, percebe-se que aquilo que nos une é verdadeiramente a Eucaristia, é Cristo, e Cristo através daquilo que nos mandou fazer, que é a Eucaristia. Pessoalmente, é um grande desafio para este início de ano letivo e ano pastoral, de olhar as coisas com estas perspetivas que brotam da Eucaristia, nos ramos da bondade, da paz, da paciência, da esperança e da fé, como de facto tudo brota e se renova e reinicia na Eucaristia”, acrescenta.

Superar expectativas
A 52.ª edição do Congresso Eucarístico Internacional, de 5 a 12 de setembro, teve como tema ‘«Todas as minhas fontes estão em Ti» (Sl 87,7). A Eucaristia, fonte da vida e da missão da Igreja’ e contou com delegações de vários países, incluindo uma comitiva portuguesa de 26 pessoas, liderada pelo presidente da Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, D. José Cordeiro. Isabel Alçada Cardoso e o padre Luís Leal foram os dois representantes do Departamento de Liturgia do Patriarcado de Lisboa no congresso na capital húngara. “Esta semana excedeu todas as expectativas. Completamente. Parti integrada num grupo em que conhecia algumas pessoas, mas a maioria não conhecia, e ia preparada com a curiosidade e sabendo que quem participou tinha feito uma boa experiência nos Congressos Eucarísticos”, esclarece Isabel, garantindo que, “do ponto de vista da organização, quer portuguesa, quer do congresso, há muito tempo que não fazia a experiência de organizações tão cuidadas, a todos os níveis”. “Tenho de destacar o cuidado total e a preocupação contante do senhor D. José Cordeiro por todos, para que nos sentíssemos bem e estivéssemos a fazer uma boa experiência”, observa.
Do ponto de vista do próprio Congresso Eucarístico Internacional, a delegada de Lisboa sublinha que “tudo estava previsto”. “Os horários e os ritmos eram humanos. Começávamos cada dia com as Laudes, depois tínhamos uma catequese, um testemunho e depois a Missa, com as respetivas pausas. À tarde, havia os workshops – o que eles chamavam de programa facultativo –, com quatro conferências, onde cada um escolhia a sua participação. Nós dividíamo-nos e, ao fim do dia, conversávamos sobre as sessões onde tínhamos participado e trocávamos experiências e até os papéis que tinham sido dados. Foi tudo muito interessante”, frisa Isabel, não esquecendo igualmente o “programa cultural” associado à iniciativa. “Eu nunca tinha estado na Hungria, e em particular em Budapeste, e de facto a parte cultural foi também muito cuidada, quer na parte do congresso, quer na parte da organização portuguesa”, garante.

A força dos testemunhos
Na semana do CEI, cada dia estava centrado num tema: a bondade, a paz, a paciência, a esperança e a fé. O sábado, dia 11, foi o dia das famílias e no Domingo teve lugar a Missa de encerramento, com o Papa Francisco. Da semana de congresso, Isabel Alçada Cardoso destaca precisamente a força dos testemunhos, que “eram fundamentais”. “Estávamos ali, num país que, podemos dizer, é o centro da Europa, onde se cruzam países e há um cruzamento entre a Europa do Ocidente e a Europa do Oriente. Um país que atravessou uma história de um país imperial, que depois vai ficar a fazer parte do bloco da União Soviética e que também sofreu toda essa dificuldade, mas que se vem levantando. Foi muito impressionante ouvir um bispo de um país do leste europeu, que deu um testemunho de sofrimento – como seminarista e depois também já ordenado –, e que valorizava a questão da paciência, de como estar diante da realidade com paciência”, partilha a delegada de Lisboa.
Isabel lembra ainda o testemunho de uma biblista. “Uma senhora biblista dizia como, de facto, a paciência é importante até para o perdão. Dizia ela que o perdão obriga a largar, a deixar, e isso só é possível com a oração. A biblista convidou a pedir pelos inimigos e até fez uma oração connosco”, recorda esta leiga, não esquecendo também o “testemunho impressionante” de um bispo de Myanmar, que mais tarde se encontrou com a delegação portuguesa. “Ele fez uma festa enorme aos portugueses, a agradecer-nos e a dizer-nos: ‘Nós somos cristãos porque vocês estiveram lá!’. Foi muito engraçado e muito marcante”, conta.


  • Leia a reportagem completa na edição do dia 19 de setembro do Jornal VOZ DA VERDADE, disponível nas paróquias ou em sua casa.

Patriarcado de Lisboa

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