Raimundo de Lima – Vatican News
Eis um belo programa para o Advento: encontrar Jesus que vem em cada irmão e irmã que precisa de nós e compartilhar com eles o que pudermos: escuta, tempo, ajuda concreta. Foi a exortação do Papa no Angelus deste domingo, 3 de dezembro, início do Advento, tempo de preparação para o Natal que se aproxima.
Como no domingo anterior, a oração mariana foi rezada da Casa de Santa Marta, para não expor o Santo Padre a mudanças bruscas de temperatura, uma vez que está a recuperar de uma inflamação pulmonar que o acometeu há mais de uma semana. O texto foi lido por monsenhor Paolo Braida, chefe de escritório na Secretaria de Estado.
Advento, tempo de espera vigilante
Na alocução que precedeu a oração mariana, Francisco destacou que o breve Evangelho que a liturgia nos propõe neste I Domingo do Advento Jesus dirige-nos três vezes uma exortação simples e direta. Vigiai. Portanto, o tema é a vigilância.
Como devemos entendê-la? – perguntou o Pontífice, acrescentando: às vezes, pensamos nessa virtude como uma atitude motivada pelo medo de um castigo iminente, como se um meteorito estivesse prestes a cair do céu e ameaçasse, se não o evitássemos a tempo, nos esmagar. Mas esse certamente não é o significado da vigilância cristã!
Jesus ilustra isto com uma parábola, falando de um senhor que está a voltar e dos seus servos que o estão a esperat. Na Bíblia, o servo é a "pessoa de confiança" do patrão, com quem muitas vezes há uma relação de cooperação e afeto. Pensemos, por exemplo, que Moisés é definido servo de Deus e que também Maria diz de si mesma: "Eis aqui a serva do Senhor".
Receber Jesus especialmente nos mais necessitados
Portanto, observou, a vigilância dos servos não é de medo, mas de anseio, esperando encontrar o seu senhor que vem. Eles mantêm-se prontos para o seu retorno porque lhe querem bem, porque têm em mente que, quando ele chegar, encontrará uma casa acolhedora e organizada.
É com esta expetativa cheia de afeto que também queremos preparar-nos para receber Jesus: no Natal, que celebraremos daqui a algumas semanas; no fim dos tempos, quando voltará em glória; todos os dias, quando Ele vier ao nosso encontro na Eucaristia, na sua Palavra, nos nossos irmãos e irmãs, especialmente nos mais necessitados.
De modo especial durante estas semanas, exortou Francisco, preparemos cuidadosamente a casa do coração, para que ela seja organizada e hospitaleira. A vigilância, de facto, significa manter o coração preparado. É a atitude do vigia que, durante a noite, não se deixa tentar pelo cansaço, não adormece, mas permanece acordado na expectativa da luz que se aproxima.
Cristo é a nossa luz
O Senhor é a nossa luz e é bom preparar o coração para recebê-lo com a oração e hospedá-lo com a caridade, os dois preparativos que, por assim dizer, o deixam confortável. A este respeito, diz-se que São Martinho de Tours, um homem de oração, depois de dar metade de seu manto a um pobre, sonhou com Jesus vestido exatamente com aquela parte do manto que ele tinha dado.
Queridos, é bom perguntarmos hoje a nós mesmos, como podemos preparar um coração acolhedor para o Senhor. Podemos fazê-lo aproximando-nos do seu Perdão, da sua Palavra, da sua Mesa, encontrando espaço para a oração, acolhendo-o naqueles que precisam.
Cultivemos a sua espera sem nos distrairmos com tantas coisas inúteis e sem reclamar o tempo todo, mas mantendo o nosso coração alerta, ou seja, ansioso por Ele, desperto e pronto, impaciente para encontrá-Lo. Que a Virgem Maria, mulher da espera, nos ajude a recebero seu Filho que vem, concluiu.
Vatican News
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