Na Jornada Diocesana da Juventude que reuniu online, esta tarde, mais de mil jovens, o Cardeal-Patriarca de Lisboa deixou o desafio a seguir o exemplo da “compaixão” de Jesus e pediu “proximidade”. Mesmo com as restrições aos contactos físicos, “há sempre maneira de chegarmos ao coração dos outros”, defendeu D. Manuel Clemente.
“Compaixão – esta palavra é o segredo da atuação de Jesus”, começou por definir o Cardeal-Patriarca de Lisboa, na catequese proferida, esta tarde, na Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) que, este ano, devido à pandemia, decorreu via Zoom. A partir da leitura do Evangelho que relata a Ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc 7, 11-17), D. Manuel Clemente apelou aos jovens para não passarem adiante dos problemas sem se compadecerem. “Salvo muitos exemplos que, agora, neste tempo de pandemia têm sido muito férteis, nós compadecemo-nos pouco”, alertou. “Jesus não passa adiante... Jesus repara naquele cortejo fúnebre e compadece-se. Esta é a chave do Evangelho. Este é um Deus que repara em nós, como nós estamos, em qualquer situação que seja e, sobretudo, nas situações de maior abatimento”, sublinhou o Cardeal-Patriarca nesta intervenção que se inseriu no itinerário “Rise up”, no contexto de preparação para a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023. “Quando, daqui a algum tempo, nos encontrarmos na Jornada Mundial da Juventude, vindos de todo o mundo, poderemos compartilhar esse Jesus que em cada um se repercute neste ‘hoje’ constante que nunca mais acaba. Jesus é sempre o ‘hoje’ de Deus”, afirmou D. Manuel Clemente, lembrando que “já só faltam 27 meses” para Lisboa receber o encontro internacional de jovens.
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Ir ao encontro dos outros
Nesta
iniciativa organizada pelo Serviço da Juventude do Patriarcado de
Lisboa e que teve como tema: “Levanta-te e vive”, o Cardeal-Patriarca de
Lisboa incidiu a sua reflexão também no facto de “Jesus não se ter
compadecido de longe, mas ter-se aproximado e tocado” o jovem que é
apresentado no Evangelho de São Lucas. “Jesus toca e é nessa altura que
levanta aquele jovem. A palavra ‘levantar’, nos evangelhos, tem o mesmo
significado da palavra ‘ressuscitar’. Não é apenas um levantar físico, é
o levantar total, é um levantar da alma, é a vida a ressurgir porque
Jesus toca e a vida ressurge”, explicou D. Manuel Clemente, alertando
que esta “lição” deve ser também uma “consequência para todos nós”. “Se
somos tocados por esta caridade, por esta compaixão, aproximemo-nos e
não fiquemos de fora, a olhar de longe” porque “não há nada mais triste
do que uma pessoa ficar fechada em si mesmo, no seu egoísmo, no seu
egocentrismo”. “Nós só somos pessoas na medida em que saímos de nós para
irmos ao encontro dos outros”, frisou.
Há gente à espera
Mesmo
que a atual pandemia restrinja os contactos físicos, “há sempre maneira
de chegarmos ao coração dos outros”, considerou o Cardeal-Patriarca.
“Há tanta gente, à nossa volta, à espera que façamos como Jesus, ou
seja, que lhe cheguemos com uma Palavra” para dizer: “não definhes, não
fiques encerrado em ti próprio, mas levanta-te, ressurge, vamos embora –
que quer dizer ‘em boa hora’!”. “Esta é que é a boa nova!”, concluiu D.
Manuel Clemente, deixando duas perguntas para orientar a reflexão dos
jovens: “Em que ocasião concreta me senti tocado pela compaixão de
Jesus?” e “Em que momentos fui sinal de Jesus para o outro, ajudando-o
também a levantar-se?”.
No
final deste encontro online, o Cardeal-Patriarca de Lisboa anunciou que a
próxima edição da JDJ vai decorrer ainda este ano, no dia 21 de
novembro, Solenidade de Cristo Rei - data indicada pelo Papa Francisco
para assinalar edição diocesana da Jornada Mundial da Juventude.
“Esperemos que já nos possamos encontrar presencialmente”, desejou D.
Manuel Clemente. O diretor do
Serviço da Juventude, João Clemente, indicou que o local escolhido será
Queluz, retomando assim os trabalhos já desenvolvidos pela organização
para a JDJ de 2020 e que foi cancelada devido à pandemia.
Patriarcado de Lisboa
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