Mariangela Jaguraba - Vatican News
"Jesus, modelo e alma de cada oração" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (02/06), realizada no Pátio São Dâmaso, no Vaticano.
O Pontífice disse que "os Evangelhos mostram-nçs como a oração era fundamental na relação de Jesus com os seus discípulos. Isto já é evidente na escolha daqueles que mais tarde iriam ser os Apóstolos. Lucas coloca a eleição deles num exato contexto de oração: «Naqueles dias, Jesus retirou-se para uma montanha para rezar, e passou ali toda a noite orando a Deus. Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze entre eles aos quais chamou apóstolos». "Jesus escolhe os apóstolos depois de uma noite de oração", frisou o Papa.
Jesus reza pelos seus amigos
A oração a favor dos seus amigos reapresenta-se continuamente na vida de Jesus. Os Apóstolos por vezes tornam-se um motivo de preocupação para ele, mas Jesus, como os recebeu do Pai, depois da oração, leva-os no seu coração, até com os seus erros, inclusive as suas quedas. Em tudo isto descobrimos como Jesus foi mestre e amigo, sempre pronto a esperar pacientemente a conversão do discípulo. O ponto mais alto desta espera paciente é a “teia” de amor que Jesus tece em redor de Pedro.
Na Última Ceia ele diz-lhe: «Simão, Simão! Olha que Satanás pediu permissão para peneirar-vos como trigo. Eu, porém, rezei por ti, para que a tua fé não desfaleça. E quando tiveres voltado para mim, fortaleças os teus irmãos.» Segundo o Papa, "impressiona, no tempo da tentação, saber que naquele momento o amor de Jesus não cessa". 'Padre, se estou em pecado mortal, há o amor de Jesus? Sim. Jesus continua a rezar por mim? Sim. Se eu fiz muitas coisas más e muitos pecados, Jesus continua? Sim'. O amor de Jesus, a oração de Jesus por todos nós não cessa, mas torna-se mais intensa. Estamos no centro da sua oração! Temos de nos lembrar sempre de que Jesus reza por nós, está a rezar agora diante do Pai e mostra-lhe as chagas a fim de que o Pai veja o preço da nossa salvação. É o amor que nos mantém. Que cada um de nós pense: neste momento, Jesus está a rezar por mim? Sim. Esta é uma segurança grande que temos de ter". A seguir, o Papa acrescentou:
Os grandes pontos de mudança da missão de Jesus são sempre precedidos por uma oração, não de maneira superficial, mas da oração intensa e prolongada. Esta verificação da fé parece ser um objetivo, mas em vez disso é um ponto de partida renovado para os discípulos, pois, a partir daí, é como se Jesus assumisse um novo tom na sua missão, falando-lhes abertamente da sua paixão, morte e ressurreição.
Rezar intensamente quando o caminho se torna íngreme
Segundo Francisco, "nesta perspectiva, que instintivamente suscita repulsão, tanto nos discípulos como em nós que lemos o Evangelho, a oração é a única fonte de luz e força. É necessário rezar mais intensamente, cada vez que o caminho se torna íngreme". "Jesus não só quer que rezemos enquanto Ele reza, mas assegura-nos que mesmo que as nossas tentativas de oração fossem completamente vãs e ineficazes, podemos sempre contar com a Sua oração. Devemos estar conscientes de que Jesus reza por nós", sublinhou.
A seguir, o Papa contou que uma vez, um bom bispo, num momento muito mau da sua vida e de grande provação, olhou para cima na Basílica e viu escrito a frase: "Pedro, eu rezarei por ti". "Isto deu-lhe força e conforto", sublinhou Francisco. Quanto houver uma dificuldade, lembre-se de que Jesus reza por ti. "Mas padre, isto é verdade? É verdade! Ele mesmo o disse", frisou o Papa. "Não nos esqueçamos de que o que sustenta cada um de nós na vida é a oração de Jesus por cada um de nós, diante do Pai, mostrando-lhe as feridas que são o preço da nossa salvação."
"Mesmo que as nossas orações fossem apenas balbucies, se estivessem comprometidas por uma fé vacilante, nunca devemos deixar de confiar n’Ele. Sustentadas pela oração de Jesus, as nossas tímidas preces apoiam-se nas asas da águia e elevam-se ao Céu", concluiu Francisco.
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