Mariangela Jaguraba - Vatican News
O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (19/12), com os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro.
Na alocução que precedeu a oração, o Santo Padre recordou que o Evangelho deste domingo, IV Domingo do Advento, narra a visita de Maria a Isabel. Segundo Francisco, ao receber "o anúncio do anjo, a Virgem não fica em casa, pensando no que aconteceu e considerando os problemas e imprevistos, que certamente não faltaram, porque a coitada não sabia o que fazer com aquela notícia, com a cultura daquela época. Pelo contrário, a primeira coisa que ela pensa é nos necessitados". "Em vez de ficar curvada sobre os seus problemas", sublinhou o Papa, Maria "pensou em Isabel sua parente em idade avançada e grávida, uma coisa estranha, milagrosa. Maria parte com generosidade, sem se deixar amedrontar pelo desconforto do trajeto, respondendo a um impulso interior que a chama a estar perto e ajudar. Uma longa estrada, quilómetros e quilómetros. Não havia autocarro naquela época. Ela foi a pé. Ela saiu para ajudar. Como? Partilhando a alegria".
Maria doa a Isabel a alegria de Jesus, a alegria que ela carregava no seu coração e no ventre. Vai até ela e proclama os seus sentimentos, e esta proclamação dos sentimentos passou depois a ser como uma oração, o Magnificat que todos nós conhecemos. O texto diz que Nossa Senhora "slevantou-se e foi à pressa. Ela levantou-se e foi.
Na última etapa do caminho do Advento, Francisco convidou-nos a deixarmo-nos guiar por estes dois verbos: "Levantar-mo-nos e caminhar à pressa. Estes são os dois movimentos que Maria fez e que nos convida a fazer com vista ao Natal. Primeiramente, levantarmo-nos. Depois do anúncio do anjo, aproxima-se um período difícil para a Virgem: a gravidez inesperada a expôs a incompreensões, a punições severas, até mesmo à lapidação, na cultura daquele tempo. Imaginemos quantos pensamentos e perturbações ela teve! No entanto, ela não desanimou, não se abateu, mas levantou-se. Não olhou para baixo para os seus problemas, mas para o alto, para Deus".
"Não pensou em quem pedir ajuda, mas a quem levar ajuda. Pensando sempre nos outros: Maria é assim. Pensa nas necessidades dos outros. Ela fará o mesmo nas Bodas de Caná, quando vê que falta o vinho. É um problema dos outros, mas ela pensa nisso e procura encontrar uma solução. Maria pensa sempre nos outros, pensa em nós", disse ainda o Papa, acrescentando:
Aprendamos de Nossa Senhora esta maneira de reagir: levantarmo-nos, especialmente quando as dificuldades ameaçam esmagar-nos. Levantarmo-nos, para não ficarmos atolados nos problemas, afundando na autopiedade e caindo numa tristeza que nos paralisa. Olhando para dentro e ficando na tristeza. Mas, porque levantarmo-nos Porque Deus é grande e está pronto para nos reerguer, se nós estendermos a mão a Ele. Portanto, deixemos a Ele os pensamentos negativos, os medos que bloqueiam cada impulso e nos impedem de seguir em frente. E depois façamos como Maria: olhemos ao nosso redor e procuremos alguém a quem possamos ajudar! Conheço algum idoso a quem possa fazer um pouco de companhia, um serviço, uma gentileza, um telefonema? Cada um pense nisto. A quem posso ajudar? Eu levanto-me e ajudo. Ajudando os outros, ajudaremos a nós mesmos a nlevantarmo-nos das dificuldades.
A seguir, o Papa citou o segundo movimento de Maria: caminhar à pressa.
Isto não significa proceder com agitação, de forma ofegante, não quer dizer isso. Trata-se de conduzir os nossos dias com um passo alegre, olhando em frente com confiança, sem nos arrastarmos com má vontade, escravos das reclamações, aquelas reclamações que arruínam muitas vidas, porque a pessoa coloca aquilo dentro e reclama, reclama. As reclamações levam sempre a procurar alguém a quem culpar.
"A caminho da casa de Isabel, Maria prossegue com o passo rápido de alguém cujo coração e vida estão cheios de Deus, cheios da sua alegria. Então interroguemo-nos: como está o meu "passo"? Sou ativo ou fico na melancolia, na tristeza? Sigo em frente com esperança ou paro para sentir pena de mim mesmo? Se continuamos com o passo cansado de resmungo e mexeriqueiro, não levaremos Deus a ninguém. Levaremos somente amargura e coisas obscuras. Em vez disto, é tão bom cultivar um humor saudável, como fez, por exemplo, S. Tomás Moro ou S. Filipe Neri. Peçamos esta graça, a graça do humor saudável. Faz muito bem", disse o Papa, convidando a não nos esquecermos "que o primeiro ato de caridade que podemos fazer ao nosso próximo é oferecer-lhe um rosto sereno e sorridente. É levar-lhe a alegria de Jesus, como Maria fez com Isabel".
"Que a Mãe de Deus nos pegue pela mão, nos ajude a levantarmo-nos e a caminhar à pressa para o Natal", concluiu o Papa, concedendo a todos a sua bênção apostólica.
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