domingo, 12 de dezembro de 2021

Advento, tempo de concretizar a fé no serviço aos outros, diz o Papa no Angelus

  Papa Francisco na janela do apartamento pontifício para o Angelus acena para os fiéis na Praça São Pedro  (Vatican Media)  
 
"A cada um é dirigida uma palavra específica, que diz respeito à situação real da sua vida. Isto eoferece-nos um ensinamento precioso: a fé encarna-se na vida concreta. Não é uma teoria abstrata e generalizada, ela toca a carne e transforma a vida de todos", disse o Papa Francisco no Angelus deste III Domingo do Advento, tempo de preparação com alegria para o Senhor que vem.
 

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

“O que é bom fazer por mim e pelos irmãos? Como posso contribuir para o bem da Igreja, da sociedade? O Tempo do Advento é para isso: parar e questionarmo-nos como nos preparar para o Natal.”

Ao ouvir a pregação de João, “multidões, publicanos e soldados” fazem a pergunta: “Que devemos fazer?”

E é justamente a partir deste questionamento que o Papa Francisco desenvolve a sua reflexão, com indicações precisas sobre como nos prepararmos para o Natal, também cumprindo a missão que a vida – que é um dom de Deus – tem para nós.

Dirigindo-se aos milhares de fiéis e turistas reunidos na Praça de S. Pedro, num belo domingo de sol e céu azul, com a temperatura por volta dos 10 graus, Francisco começa por explicar, que a pergunta “que devemos fazer?” brota de “um coração tocado pelo Senhor”, “entusiasmado pela sua vinda”.

E para melhor inserir quem o escuta na compreensão deste contexto de espera pela vinda do Senhor, Francisco propõe um exemplo bastante prático: a forma como nos preparamos para receber uma pessoa muito querida:

Para recebê-la como deve ser, vamos limpar a casa, preparar o melhor almoço possível, quem sabe um presente. Enfim, vamos-nos preparar. Assim é com o Senhor, a alegria pela sua vinda faz-nos dizer: que devemos fazer?

A cada um é dada uma missão

Mas Deus – acrescenta o Papa – “eleva este questionamento ao nível mais alto: o que fazer da minha vida? Para que sou chamado? O que me realiza?”.

E ao propor-nos a pergunta inicial, o Evangelho recorda-nos que “a vida tem uma missão para nós”:

A vida não é sem sentido, não é deixada ao acaso. Não! É um dom que o Senhor nos dá, dizendo-nos: descubre quem és, e trabalha para realizar o sonho que é a tua vida!

“Cada um de nós - não o esqueçamos - é uma missão a ser realizada.”

O que posso fazer por Jesus e pelos outros

Assim, não devemos ter medo de perguntar ao Senhor, e também aos irmãos - como sugerido nos Atos dos Apóstolos - e repetir com frequência: “que devo fazer?”:

O que é bom fazer por mim e pelos irmãos? Como posso contribuir com isto? Como posso contribuir para o bem da Igreja, o bem da sociedade? O Tempo do Advento é para isso: parar e questionar-me como preparar-mt para o Natal. Estamos ocupados com tantos preparativos, com os presentes e coisas que passam, mas perguntemo-nos o que fazer por Jesus e pelos outros!

Uma fé concreta, que toque a carne a transforme a vida

Da pergunta inicial, o Papa parte então para as respostas de João Batista, que variam segundo o grupo a que responde. Da mesma forma, a cada um de nós, “é dirigida uma palavra específica, que diz respeito à situação real de sua vida”:

“Isto nos oferece-nos um ensinamento precioso: a fé encarna-se na vida concreta. A fé não é uma teoria abstrata, uma teoria generalizada, não! A fé toca a carne e transforma a vida de cada um. Pensemos na concretude de nossa fé. Eu, a minha fé: é algo abstrato ou concreto? Levo-a em frente no serviço aos outros?”

Assumir um compromisso dentro da minha realidade

Ao concluir, o Santo Padre propõe algumas perguntas que poderíamos fazer a nós mesmos, sobre “o que posso fazer concretamente nestes dias em que estamos próximos do Natal? Como posso fazer a minha parte?” – pedindo que “assumamos um compromisso concreto, ainda que pequeno, que se adapte à nossa realidade de vida, e procuremos concretizá-lo para nos prepararmos para este Natal”:

“Por exemplo: eu posso ligar para aquela pessoa sozinha, visitar aquele idoso ou aquele doente, fazer alguma coisa para servir um pobre, alguém necessitado. Ou ainda: talvez eu tenha que pedir um perdão, ou dar em perdão, uma situação a esclarecer, uma dívida a pagar. Talvez eu tenha negligenciado a oração e depois de muito tempo é hora de me aproximar ao perdão do Senhor. Encontremos alguma coisa concreta e vamos realizá-la!”

"Que nos ajude Nossa Senhora – disse o Papa no final - em cujo ventre Deus se fez carne."

Vaticam News

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