segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Angelus: Maria é "catedral" de Deus, lugar onde Ele e o homem se podem encontrar

 
 
Na sua reflexão durante a oração do Angelus neste primeiro dia do ano, o Papa destacou o silêncio com que Maria acolhe Jesus e, e seguidamente, recordou o silêncio de tantas mães: "olhemos para Maria e, com o coração agradecido, pensemos e olhemos também para as mães, para aprender aquele amor que é cultivado sobretudo no silêncio."

Thulio Fonseca - Vatican News

O Papa Francisco, junto com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, rezou a oração do Angelus no primeiro dia de 2024, solenidade da Santíssima Mãe de Deus, e confiou a proteção de Maria “o novo tempo que nos foi dado”. O Santo Padre, na sua alocução destacou o silêncio de Maria: 

"O silêncio da Mãe é uma bela característica. Não se trata de uma simples ausência de palavras, mas de um silêncio cheio de admiração e de adoração pelas maravilhas que Deus está a realizar. Maria - observa São Lucas - guardava todas aquelas coisas, meditando-as no seu coração (2,19). Desta forma, ela abre espaço dentro de si para Aquele que nasceu; em silêncio e adoração, ela coloca Jesus no centro e dá testemunho d’Ele como Salvador."

Catedral do silêncio

Francisco afirmou que Maria é Mãe não apenas porque carregou Jesus no seu ventre e o deu à luz, “mas porque o traz à luz, sem ocupar o seu lugar”. Ela, continuou o Papa, “permanecerá em silêncio também sob a cruz, na hora mais sombria, e continuará a abrir espaço para Ele e a gerá-Lo para nós”. 

O Pontífice apresentou aos fiéis a citação de um religioso e poeta do século XX, que escreveu: "Virgem, catedral do silêncio”. Para Francisco esta é uma bela imagem, pois “com o seu silêncio e sua humildade, Maria tornou-se a primeira catedral de Deus, o lugar onde Ele e o homem podem encontrar-se”.

“Também as nossas mães, com o seu cuidado escondido, com o seu carinho, muitas vezes são magníficas catedrais do silêncio. Elas trazem-nos ao mundo e continuam a seguir-nos, muitas vezes sem serem notadas, para que possamos crescer. Lembremo-nos disto: o amor nunca sufoca, o amor abre espaço para o outro e o faz crescer.”

Rejeitar todas as formas de posse, opressão e violência

“Olhemos também para as mães”, enfatizou o Papa, “para aprender aquele amor que é cultivado sobretudo no silêncio, que sabe dar espaço ao outro, respeitando a sua dignidade, deixando a liberdade de se expressar, rejeitando todas as formas de posse, opressão e violência. Há tanta necessidade disto hoje!”, sublinhou o Papa, que seguidamente, recordou um techo da Mensagem para o Dia Mundial da Paz que também é celebrado hoje:

"A liberdade e a coexistência pacífica são ameaçadas quando os seres humanos cedem à tentação do egoísmo, do interesse próprio, do desejo de lucro e da sede de poder. O amor, por outro lado, é feito de respeito e gentileza: deste modo, ele rompe barreiras e ajuda a viver relações fraternas, a construir sociedades mais justas e humanas, mais pacíficas.”

“Oremos à Mãe de Deus e nossa Mãe”, concluiu o Papa, “para que no novo ano possamos crescer nesse amor gentil, silencioso e discreto que gera vida, e abre caminhos de paz e reconciliação no mundo”.

VN

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