sábado, 31 de dezembro de 2022

A gratidão do Papa a Bento XVI: Só Deus conhece os seus sacrifícios pelo bem da Igreja

 
 Na Basílica de S. Pedro estavam oito mil pessoas 
 
"Com comoção, recordamos a sua pessoa tão nobre, tão amável. E no coração sentimos tanta gratidão: gratidão a Deus por tê-lo dado à Igreja e ao mundo; gratidão a ele, por todo o bem que fez e, sobretudo, pelo seu testemunho de fé e oração, especialmente nestes últimos anos da sua vida retirada. Só Deus conhece o valor e a força da sua intercessão, dos seus sacrifícios oferecidos pelo bem da Igreja", disse Francisco nas Vésperas na Basílica de São Pedro.
 

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Gratidão: este foi o sentimento expresso pelo Papa Francisco ao recordar Bento XVI, que morreu esta manhã aos 95 anos.

Celebrando as Vésperas na Basílica Vaticana, o Pontífice começou a homilia meditando sobre a frase extraída da segunda leitura, da Carta de São Paulo aos Gálatas: “Nascido de uma mulher”.

“Ele não nasceu numa mulher, mas de uma mulher. É essencialmente diferente: significa que Deus quis ser da mesma carne dela”, explicou o Papa. Assim, ela começou o lento caminho da gestação de uma humanidade livre do pecado e repleta de graça e de verdade, repleta de amor e de fidelidade.

Este caminho prossegue até hoje, com o qual Deus convida-nos a segui-lo através de inúmeras virtudes humanas. Entre elas, Francisco quis destacar uma: a amabilidade ou gentileza. E eis que aflorou a lembrança do Papa emérito:

“E por falar em amabilidade, neste momento, o pensamento volta-se espontaneamente para o querido Papa emérito Bento XVI, que nos deixou esta manhã. Com comoção recordamos a sua pessoa tão nobre, tão amável. E no coração sentimos tanta gratidão: gratidão a Deus por tê-lo dado à Igreja e ao mundo; gratidão a ele, por todo o bem que fez e, sobretudo, pelo seu testemunho de fé e oração, especialmente nestes últimos anos da sua vida retirada. Só Deus conhece o valor e a força da sua intercessão, dos seus sacrifícios oferecidos pelo bem da Igreja.”

Retomando o conceito da amabilidade, Francisco afirma que se trata de uma virtude indispensável para viver em paz, a ser recuperada e exercida a cada dia para ir contra a corrente e humanizar as nossas sociedades. Um antídoto contra algumas patologias, como o individualismo consumista, a crueldade e a ansiedade.

Estas "doenças" do nosso dia a dia tornam-nos agressivos e incapazes de pedir "licença", ou "desculpa", ou simplesmente dizer "obrigado".

Quando encontramos na rua ou numa loja uma pessoa gentil, disse o Papa, ficamos maravilhados, parece-nos um pequeno milagre, porque infelizmente a amabilidade já não é muito comum. Mas ainda existem pessoas gentis.

Estes então são os votos do Pontífice:

“Queridos irmãos e irmãs, penso que resgatar a amabilidade como virtude pessoal e cívica pode ajudar muito a melhorar a vida nas famílias, nas comunidades e nas cidades. A experiência ensina que ela, ao tornar-se um estilo de vida, pode criar uma convivência saudável, pode humanizar as relações sociais dissolvendo a agressividade e a indiferença.”

Por fim, uma recomendação a venerar a Mãe de Deus. Para a celebração das Vésperas, estava na Basílica a imagem de Nossa Senhora do Carmo de Avigliano, no sul da Itália:

“Não subestimemos o mistério da maternidade divina! Deixemo-nos maravilhar pela escolha de Deus, que poderia ter aparecido no mundo de mil maneiras mostrando o seu poder, e ao invés quis ser concebido livremente no seio de Maria. (...) Não passemos apressados, paremos para contemplar e meditar, porque aqui está um traço essencial do mistério da salvação. E procuremos aprender o “método” de Deus, o seu respeito infinito, por assim dizer a sua ‘bondade’, porque na maternidade divina da Virgem está o caminho para um mundo mais humano.”

Vatican News

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