Bianca Fraccalvieri – Vatican News
Na iminência do inverno, a Audiência Geral foi transferida da Praça de ão Pedro para a Sala Paulo VI para melhor acolher os fiéis e peregrinos.
A eles, o Papa propôs o tema do tempo, desenvolvido sempre no âmbito do ciclo de catequeses sobre o discernimento.
Com efeito, o tempo é um critério fundamental para reconhecer a voz de Deus no meio de tantas outras vozes. Somente Ele é o senhor do tempo: é o selo de garantia da sua originalidade, que o diferencia das imitações que falam em seu nome, sem sucesso.
Na prática, uma vez tomada uma decisão, é importante, na fase sucessiva, estar atentos aos sinais para ver se confirmam ou desmentem tal decisão. Um dos sinais é a paz que perdura no tempo. Tomei a decisão correta se esta me traz harmonia, unidade, fervor e zelo.
A decisão também está correta se sinto gratidão, se sinto ocupar o meu lugar na vida e, sobretudo, se me sinto livre em relação à decisão tomada. Isto é, se me sinto livre para mudá-la ou até mesmo renunciar a ela caso não corresponda à vontade do Senhor.
Ele procede assim não para nos privar de algo querido, mas para vivermos com liberdade e sem apego. Somente Deus sabe o que é realmente bom para nós. A possessividade é inimiga do bem e aniquila o afeto: os muitos casos de violência doméstica nascem quase sempre da pretensão de possuir o afeto do outro. Mas o amor pressupõe liberdade. Por isso o Senhor criou-nos livres, livres inclusive de dizer não a Ele.
Confiar em Deus. Sempre!
Mas é do nosso interesse oferecer a Ele aquilo que temos de mais precioso, sabendo que a nossa vida e toda a história estão nas suas mãos benévolas.
É aquilo a que Bíblia chama o temor de Deus, isto é, respeito de Deus, condição indispensável para acolher o dom da Sabedoria. É o temor divino que afugenta todos os outros temores, todos os outros medos, porque está orientado para Aquele que é o Senhor de todas as coisas; na presença Dele, nada nos pode inquietar nem turvar.
O homem livre, disse o Papa, abençoa o Senhor tanto nas coisas boas, como nas coisas não tão boas.
Reconhecer isto é fundamental para uma boa decisão e tranquiliza-nos sobre aquilo cujo controlo ou previsão não está nas nossas mãos: a saúde, o futuro, os entes queridos, os nossos projetos. Aquilo que conta é ter a nossa confiança posta no Senhor do universo, que nos ama imensamente e sabe que podemos construir, com Ele, algo de maravilhoso, de eterno.
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